Representantes de diversos segmentos da classe artística musical pernambucana lançaram uma série de reivindicações em relação a contratação durante os ciclos festivos no Estados. Composto por nomes como Nena Queiroga, Maestro Forró, André Rio, Karynna Spinelli, Marrom Brasileiro e Luciano Magno, entre outros 11 músicos, o Coletivo Pernambuco divulgou uma carta com reivindicações de mudanças na política cultural do Estado.
No documento, o Coletivo Pernambuco apresenta cinco pautas por melhores oportunidades e condições de trabalho: maior inserção de artistas locais nas grades oficiais dos eventos realizados durante os ciclos festivos (Carnaval, São João e Natal); atualização dos valores de cachês; revisão da política de prazos de pagamentos dos artistas; melhorias na divulgação das programações dos ciclos festivos e mudanças nas cláusulas contratuais de shows e editais públicos.
Segundo Nena Queiroga, que ao lado de Jota Michiles será homenageada do Carnaval do Recife 2018, a congregação de artistas teve início ainda em 2012 para cobrar maior transparência no processo de contratação e pagamento de artistas no carnaval. "São demandas antigas, que independem 'dessa ou daquela gestão'. Hoje nós nos unimos para falar sobre uma realidade que atinge músicos de todos os segmentos", conta a cantora.
"Estamos reivindicando este diálogo para que a gente volte a ter autoestima, para que as pessoas param e olhar para nós, artistas que representam a cultura pernambucana, com aquele olhar de pena por conta da realidade que enfrentamos", afirma Nena.
A artista explica que além da divulgação da carta, o coletivo tem procurado se reunir com representantes das esferas municipais e estadual para apresentar as deliberações: "Nos reunimos com o vice-governador e iniciamos um diálogo sobre estas pautas. Aguardamos agora um retorno para audiências com o governador Paulo Câmara, com o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e com o secretário de Turismo, Felipe Carreras, que devem ocorrer nas próximas semanas".
Outro integrante do Coletivo Pernambuco, André Rio conta que a situação não se resume à Região Metropolitana do Recife. "Existem aproximadamente 140 festas da padroeira em todo o estado. Nós sempre nos apresentamos como representantes da cultura pernambucana nesses eventos, dividindo espaço, de forma muito democrática, com representante de outras culturas. Porém, nos últimos anos temos perdido cada vez mais espaço", conta.
Vocalista do grupo Som da Terra, Rominho Pimentel, acredita que a Fundarpe, a Secretaria de Cultura e a Empetur precisam agir como mediadores no processo licitatório e contratual dos polos festivos municipais. "É importante que eles cumpram este papel, porque muitas vezes as gestões municipais solicitam artistas que não têm nada a ver com estes ciclos, tomando espaço de representantes da cultura pernambucana", pondera o músico.
Associação Forrozeiros Foto: Beto Zaelli/Divulgação
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