Governo da Bahia negocia com a Rede Mater Dei tratamento oncológico radioterápico para pacientes do SUS

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) está em negociações avançadas com a Rede Mater Dei para ofertar serviços de radioterapia aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A boa notícia é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que se reuniu na última segunda-feira (13), com o presidente do Conselho de Administração da Mater Dei, Henrique Salvador, e com o CEO da Rede, José Henrique.

"Reconhecendo os desafios da oncologia no Brasil, em especial o acesso ao tratamento radioterápico, estamos abertos ao diálogo com todos os entes interessados para expandir a oferta de serviços nessa área. A colaboração é chave para avançarmos mais rapidamente na missão de prover saúde", afirma a secretária da Saúde do Estado.

Os esforços estaduais para ampliar e regionalizar a assistência vão além da construção de novas estruturas sob gestão estadual, como o recém-inaugurado Hospital Costa das Baleias, em Teixeira de Freitas, que contou com a presença do presidente Lula, na última sexta-feira (10). "Na Bahia, oito a cada dez baianos dependem exclusivamente do SUS. Para fazer frente a isso, é necessário contratar serviços com a rede filantrópica e privada e, somente em 2023, o Governo do Estado investiu mais de R$ 1,2 bilhão na contratação de leitos, cirurgias, exames e outros serviços através da rede complementar", ressalta Roberta Santana.

Atualmente, a Bahia possui 15 aceleradores lineares para o tratamento radioterápico no SUS, estando 14 em funcionamento nos municípios de Salvador (7), Feira de Santana (2), Itabuna (2), Vitória da Conquista (1), Lauro de Freitas (1) e Juazeiro (1). O 15º equipamento aguarda autorização de funcionamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e está localizado em Teixeira de Freitas. Outros quatro equipamentos estão previstos para Irecê, Barreiras, Vitória da Conquista e Salvador. Ao todo, a Bahia alcançará 19 equipamentos até o final de 2026.

Desafio nacional

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) indica que o Brasil precisará adquirir, ao menos, 334 novos aceleradores lineares até 2030 para substituir os equipamentos obsoletos e fazer frente à necessidade de expansão por conta do quantitativo populacional.  Em 2030, 15% dos brasileiros terão mais de 65 anos, quase o dobro do número de 2010. O Ministério da Saúde tem um plano de expansão para a radioterapia no país, que adicionará até 100 novos serviços, contribuindo para reduzir o déficit.

O envelhecimento e a diminuição da capacidade de recuperação das células fazem com que o corpo dos idosos seja mais suscetível a tumores, por isso essa faixa-etária concentra 70% de todos os casos de câncer. Especialistas apontam que a radioterapia é indicada em quase 60% de todos os casos de câncer, em algum momento da evolução da doença. Pode ser usada tanto de forma curativa como paliativa.

Além do desafio de acompanhar o aumento da demanda relacionada ao quantitativo populacional, os serviços de saúde públicos e privados enfrentam limitações para expandir a oferta, seja pela necessidade de construção de um bunker, quanto pelo tempo de fabricação e entrega desses equipamentos, que geralmente ultrapassam os seis meses. Outro complicador é que não há produção nacional de aceleradores lineares, sendo o país 100% dependente da importação. O licenciamento e controle de instalações de radioterapia pelo CNEN adicionam, pelo menos, mais 60 dias ao tempo total para iniciar a operação.

Tratamento radioterápico

A radioterapia é um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes (raios-x, por exemplo), que são um tipo de energia, para destruir as células do tumor ou impedir que elas se multipliquem. Essas radiações não são vistas durante a aplicação e o paciente não sente nada durante a aplicação. A maioria dos pacientes com câncer é tratada com radiações e o resultado costuma ser muito positivo. O tumor pode desaparecer e a doença ficar controlada, ou, até mesmo, o paciente ser curado.

Quando não é possível obter a cura, a radioterapia pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida. Isso porque as aplicações diminuem o tamanho do tumor, o que alivia a pressão, reduz hemorragias, dores e outros sintomas, proporcionando alívio aos pacientes.

Em alguns casos, a radioterapia pode ser usada em conjunto com a quimioterapia, que utiliza medicamentos específicos contra o câncer. Isso vai depender do tipo de tumor e da escolha do tratamento ideal para superar a doença. O número de aplicações necessárias pode variar de acordo com a extensão e a localização do tumor, dos resultados dos exames e do estado de saúde do paciente.

Assessoria de comunicação/crédito Pablo Barbosa Saúde GOVBA.