O mundo vem mudando e se transformou muito no último século, porém a educação, aquela… da lousa, carteiras enfileiradas, os professores em sala, as aulas, o intervalo, dever de casa, cadernos, chamada, prova, notas, não mudou o suficiente para fazer frente a este mundo, que está em um ritmo alucinante de mudanças.
A educação necessita estar conectada com o mundo atual, e, acima de tudo, em constante aprendizado. As inovações acontecem a uma velocidade incrível, e, para adicionar um pouco mais de dificuldade, essas inovações são cada vez mais disruptivas, ou seja, quando uma começa a ser assimilada, outra já está surgindo e impactando diretamente as pessoas. A ideia daquela vida A,B,C simplesmente não existe mais. Mas, afinal, o que é essa tal vida A,B,C?
A - Entrar na Escola na idade certa;
B - Formar-se na Faculdade;
C - Ir trabalhar.
As pessoas devem excluir de seu repertório a expressão “sou especialista nesse assunto”. Não!! Você não é mais especialista nesse assunto, porque terá que aprender a desaprender, e aprender novamente! Nós estudaremos, muitas vezes, diversificados temas a vida toda, e isso pode nos fazer especialistas em “determinadas” épocas de nossas vidas, entretanto seremos estudantes o tempo todo.
Conforme explana o blog estantemagica.com.br, “a Competência 1 da BNCC, que versa sobre o CONHECIMENTO, aborda o tema da introdução acima. Essa competência será trabalhada junto aos alunos para valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital, para entender e explicar a realidade, CONTINUAR APRENDENDO e colaborar com a sociedade. Fazendo escolhas a partir desse conhecimento”, essa competência orienta todos os professores a colocarem seus alunos "up to date", com aquilo que o mundo está vivendo e conversando sobre.
Mas, para isso, a escola tem de entender seu aluno e tratá-lo de maneira individualizada, não como se todos eles fossem um só, pois não são todos iguais. Por exemplo, determinado aluno pode ter um ritmo duas vezes mais rápido para aprender sobre um determinado assunto, em relação a um outro aluno que está dentro da mesma sala de aula, tendo o mesmo conteúdo, ministrado pelo mesmo professor.
O que acontece muito nos dias de hoje, em nosso país, é que a esmagadora maioria das escolas não encontra espaço no sistema educacional tradicional para realizar um trabalho individualizado. Para que isso aconteça, as escolas necessitam implementar uma EDUCAÇÃO ORIENTADA A DADOS, a escola é uma usina de dados.
Com base na compreensão de dados confiáveis, utilizando a INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL para interpretar os padrões e, assim, evidenciar as particularidades no processo de aprendizagem do aluno, os docentes necessitam ter a capacidade de elaborar um diagnóstico de suas turmas e de seus alunos individualmente, para, posteriormente, preservarem ou reorganizarem os itinerários pedagógicos anteriormente objetivados. Fazendo desse modo, os docentes utilizariam seu valioso tempo e capacidade de trabalho na conversão de dados em informações.
Nesse sentido, implementar uma EDUCAÇÃO ORIENTADA A DADOS é muito diferente do que acontece hoje, na maioria das escolas espalhadas pelo Brasil, onde geralmente o cotidiano dos docentes é o de, no momento em que for possível fazer, planejar sua aula, depois ensinar, eventualmente esclarecer alguma dúvida do aluno, preparar, revisar e corrigir avaliações. Dessa maneira, este ciclo interminável o consome, em duas ou três jornadas de trabalho, durante um mesmo dia.
Os docentes gastam tempo demais na rotina descrita acima, e tempo de menos produzindo diagnósticos e sugerindo ações para correção de rotas.
As instituições de ensino e docentes que ambicionam trabalhar uma EDUCAÇÃO ORIENTADA A DADOS devem praticar um comportamento pedagógico mais consolidado e profundo, menos fundamentado em uma opinião e em ideias não concretas, ou indicações subjetivas, mas que seja sustentado por indicadores e elementos, a partir dos quais seja verdadeiramente exequível medir a aprendizagem do aluno e, baseado nisso, recomendar novas práticas pedagógicas.
A inserção de um comportamento de uso de dados, de maneira assídua e organizada nas escolas, proporcionará uma sequência de aperfeiçoamento contínuo na instituição, durante um bom espaço de tempo. As práticas de excelência de cada professor deverão ser demonstradas e a partilha dessas práticas deve ser incentivada, e ocorrer em reuniões específicas.
Essa rotina de compartilhamento de melhores práticas aumentará o padrão de qualidade da educação oferecida pela escola, e a tornará diferenciada em sua região de atuação. Quem partilha internamente suas melhores práticas pedagógicas, constrói uma cultura de BENCHMARKING interna de sucessos e colabora significativamente para a consolidação desta cultura.
Uma EDUCAÇÃO ORIENTADA A DADOS, conhecida mundialmente como “Data Driven – Education”, é uma tendência que se consolida dia a dia no mundo. As ferramentas, como plataformas de diagnósticos de desempenho individual do aluno, só crescem no Brasil, com altos investimentos por parte das empresas que já entregam esse tipo de serviço.
Não há dúvida de que a utilização de dados para conduzir a educação não deve se ancorar como um fim em si mesmo, mas tão somente como um meio para obter a mais satisfatória vivência de aprendizagem para os alunos, com um mínimo de subjetividade e o máximo de certeza e segurança.
Por José Roberto Reche
Gabarito Educação
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