Em audiência, juiz ouve suspeito de matar ex-namorada a tiros em Juazeiro

A primeira audiência do caso da jovem Laise dos Santos Silva, de 20 anos, morta em junho deste ano pelo ex-namorado, quando saía do trabalho, na cidade de Juazeiro, foi realizada nesta segunda-feira (23), no fórum Conselheiro Luiz Viana. Durante o crime, o mototaxista que levava Laise também foi atingindo por tiros, mas sobreviveu.

Cléber Araújo dos Santos foi preso pelo crime no dia 13 de julho em Itaberaba, distante cerca de 450 km do local do crime, e foi localizado com a arma usada para matar a vítima. Posteriormente, o acusado foi transferido para o Conjunto Penal de Juazeiro, onde segue custodiado.

Os familiares das vítimas que foram ao fórum nesta segunda-feira realizaram uma manifestação antes do início da audiência. Eles levaram faixas com o pedido por justiça e pelo fim da violência contra a mulher. "A gente não quer que ele seja julgado por um crime comum. A gente quer que ele seja julgado por feminicídio", disse Ivonete Félix, prima de Laise.

Nesta segunda-feira, Cleber Araújo foi ouvido pelo juiz Roberto Paranhos pela tentativa de homicídio ao mototaxista Anderson de Souza, que levava Laise, no momernto do crime. O mototaxista também estava no local. "Chega da nossa sociedade passar por isso. Nossos familiares passar por momentos difíceis. Espero que a justiça seja feita", relatou Anderson.

A irmã de Laise, Larissa dos Santos, que compareceu ao forúm antes da audiência, alegou que a Polícia Militar não acompanhou a irmã dela para evitar o crime, já que no início deste ano Layse havia prestado uma queixa na Delegacia da Mulher da cidade contra o ex-companheiro. Cléber já tinha tentado matar Layse a tiros quando ela estava na casa da mãe, mas o disparo não chegou a acertar a jovem. Desde abril, mês em que foi prestada a queixa, estava em vigor uma medida protetiva que proibía o ex-companheiro de se aproximar da jovem.

"Ela denunciou cinco vezes, e sempre que ela denunciava nada acontecia. Inclusive, antes de tudo isso [a morte de Laise], ele deu três disparos na casa onde a gente morava e nada aconteceu com ele", revelou Larissa.

Em nota, a Ronda Maria da Penha da Polícia Militar disse que a morte de Laís aconteceu entre o período do pedido da medida protetiva e o início da proteção. Informou ainda que após receberem esse tipo de pedido, acontece uma triagem, uma divisão dentro do cronograma de visitações.

A Justiça ainda não definiu quando será o julgamento de Cléber. O Ministério Público disse que se a defesa do acusado não recorrer, o júri desse caso deve acontecer no mês de novembro.

Fonte: G1 Fotos do whatsapp