Paulo Carvalho (SPO)
Ah, se estivesse aqui, poderia voltar a sonhar!
Você que andou nos trilhos de minha dor,
Você traçou plano dentro do meu ser, inventou amor,
Criou raízes em uma geração, revolucionou!
Trouxe a paz dos anjos, carta de um peregrino,
Até sonhou como meninas e meninos.
Sim, Renato, pra mim o sonho não acabou!
Mesmo que John tenha subido a escada para o além,
E tenha reinventado seus sonhos em outros sonhos,
Você nos mostrou a vida como um bem,
Mas você também chorou dentro dos seus sonhos,
Inventou amores, colheu flores, amou alguém!
Não morra dentro de mim, poeta! Viva eternamente,
Nas letras loucas e cheias de verdade, perfeição!
Não roube as estrelas, a trilha do trem,
Do outro cancioneiro que você amava,
Cazuza, o poeta ébrio que seguiu estrelas,
Te abraça na linha do horizonte, te beija,
E te distrai, mas não te trai, traz a alma navegante,
Amante, cantante e vibrante, defronte o cais!
Ah, Renato, o tempo nunca é perdido para
Um faroeste caboclo das sete cidades,
Seus índios ainda são os mesmos, não mais do mesmo,
E seus sonhos de metal contra as nuvens,
É uma tempestade de giz, onde a perfeição é ser feliz!
11 de outubro de 2011.
POEMA EM HOMENAGEM A RENATO RUSSO (15 ANOS APÓS SUA MORTE)
1 comentário
13 de Oct / 2011 às 07h14
Renato Russo, Cantou e encantou. Esse sim é gênio imortal nos corações de quem ama a poesia.