Artigo - Alguém está fingindo de morto

A organização partidária PT, ou Partido dos Trabalhadores, pelo fato de ser uma instituição criada com o objetivo de representar boa parte desse importante segmento dos trabalhadores do País, além de ter conquistado o maior cargo do Poder Executivo da República brasileira por 14 anos, pelo voto popular. Teve a sua oportunidade após diversas tentativas de ascensão ao Poder.

As condições acima e os méritos decorrentes de tudo aquilo de positivo que foi realizado, contudo, foram maculados por graves desvios de conduta dos ocupantes de muitos cargos importantes do governo, como Ministérios, empresas estatais e seus Fundos de Pensão, com um nível de corrupção que superou tudo que se pode imaginar, em todos os tempos.

A sujeira jamais poderá ser negada ou esquecida, visto que foram confessadas em depoimentos de viva voz por pessoas importantes do Partido e diretores da nossa maior estatal, presos pela Operação Lava Jato. A Petrobrás só não foi jogada na sarjeta porque a sua grandeza resistiu à sanha dos seus salteadores, bem-vestidos e apessoados.

Não me cabe aqui analisar, nem julgar a correção, integridade ou isenção dos Juízes e Promotores envolvidos na Operação investigativa, até mesmo em razão da evolução e rumo que as coisas tomaram, como a infeliz decisão do Juiz Sérgio Moro de ir integrar o atual Governo como Ministro da Justiça. Essa opção política invalidou o seu trabalho e manchou a sua reputação e independência, além de não ter tido a percepção de que o objetivo era exatamente queimar a sua imagem como possível candidato, tal a maneira como foi deslustrado no exercício do cargo. E assim aconteceu!

O fato de hoje o ex-Juiz estar patinando em 3º. lugar nas Pesquisas Eleitorais, mostra que o eleitor brasileiro deseja uma melhor alternativa de Governo, e ele poderia ter se constituído numa Terceira via na corrida eleitoral, apesar de despreparado em outros quesitos, detalhe que até ele mesmo sabe disso.

Até hoje não consigo entender como os Tribunais Superiores de Brasília não encontraram provas suficientes diante de tantas evidências nas confissões de inúmeros envolvidos da equipe petista, cujos processos não foram julgados exclusivamente pelo Moro, mas, também, pelos Tribunais Federais de 2ª. Instância. De repente, o STJ e o STF inocentaram o Lula e o PT da noite para o dia de uma só tacada, o que deixou resvalar contundentes dúvidas e suspeitas a tantos que acompanharam a tramitação dos escabrosos processos.

A dimensão e estupidez dos crimes financeiros cometidos nesse período petista no Poder não podem simplesmente ser esquecidos tão rapidamente, como pretende o ex-presidente Lula, ao declarar essa semana: “Que o eleitor esqueça o passado dele e do PT e lance olhos para o futuro”! Com os acontecimentos históricos tão recentes, é desmerecer a memória do eleitor brasileiro, apesar de que o cenário eleitoral oferece poucas alternativas.

Num momento nacional de esperanças e novas expectativas, não podemos estar atrelados a falsos “mitos”, mas viver a realidade com responsabilidade e sentimento patriótico. É preciso, também, identificar o discurso revestido de populismo e fingimento de alguns “mortos” que pretendem ressuscitar. E aí não me pergunte o que acontecerá porque, pela folha corrida de muitos da organização que mais uma vez está de olho no poder, vai depender de um grande milagre para tudo não acontecer de forma pior, caso consigam chegar lá!

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do Banco do Brasil – Salvador - BA.