Campanhas para 2ª e 3ª doses podem caminhar juntas, diz pesquisador da Fiocruz

O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (16), uma redução de intervalo de seis para cinco meses entre a segunda dose da vacina contra Covid-19 e a dose de reforço, além da ampliação da faixa etária de quem deve receber a terceira dose.

Segundo a nova orientação, todas as pessoas acima de 18 anos, independentemente de que vacina tomaram antes, precisarão receber uma terceira dose de reforço do imunizante contra a infecção.

A pasta também anunciou que os brasileiros que receberam a dose única da vacina Janssen poderão tomar uma segunda dose de reforço.

Em entrevista à CNN, o pesquisador da Fiocruz, infectologista e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio Croda, concordou que a diretriz surgiu em tempo oportuno.

“É importante essa diretriz do Ministério da Saúde. A gente já tem movimentos nos municípios e estados programando essa dose de reforço, então é necessário esse planejamento”, diz.

O pesquisador também reafirma que, embora a eficácia da terceira dose seja cientificamente comprovada, é fundamental uma cobrança pela a conclusão do esquema vacinal.

“A terceira dose traz ganhos, mas é um ganho inferior ao esquema vacinal completo (…) é importante, neste momento, investir na busca ativa dos brasileiros que ainda não receberam a segunda dose”, defende. Croda, porém, reforça que as ações “não são excludentes” e devem caminhar juntas.

De acordo com o Ministério da Saúde, existem hoje mais de 21 milhões de brasileiros que não retornaram aos postos de saúde para receber a segunda dose da vacina contra Covid-19.

“Podem faltar vacinas para as crianças?”

Sobre a disponibilidade de doses para grupos que ainda não foram incluídos na campanha de vacinação, como crianças com menos de 12 anos, o profissional de saúde afirma que não devem faltar vacinas.

“O Ministério da Saúde possui um planejamento para 2022. Se efetivado o que foi dito em relação à compra das vacinas, teremos doses para todos, inclusive crianças, no ano que vem”, afirma.

O pesquisador, todavia, comenta que ainda é cedo para opinar sobre como ocorrerá o esquema vacinal nos próximos anos: “no futuro, muito provavelmente, a gente não vai precisar tomar dose de reforço a cada 5 meses, especialmente nesse público de 18 a 59 anos. A gente tem que aguardar os resultados dos estudos científicos para ter uma conduta mais adequada sobre esse periodicidade”, diz.

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