Rio São Francisco: volume útil da barragem de Sobradinho vai atingir 30% de sua capacidade no início de novembro

A Companhia Hidro Elétrica do São Franciso (Chesf) continua dando continuidade ao processo de comunicação da operação nos reservatórios do São Francisco atendendo a solicitação do Operador Nacional do Sistema (ONS). 

Em se tratando do reservatório de Sobradinho, a situação é preocupante. No próximo mês de novembro o volume útil da barragem será de 30% e expectativa de baixar mais ainda e a situação fica cada vez mais dramática.

A vazão defluente (água que sai) média diária foi elevada, no final de setembro, de 1.300 para 1.600 m³/s, permanecendo assim até nova avaliação.

Em novembro do ano passado, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), também, em atendimento às diretrizes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), autorizou a vazão de 2.900 m³/s. Na época a água atingiu a calçada da orla de Juazeiro.

Essa foi a maior vazão liberada por Sobradinho em sete anos, período em que a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco enfrentou sua maior crise hídrica. A esperança é que o período chuvoso comece no mês de novembro e termina em abril de 2022.

De acordo com a ANA, o menor volume útil do Lago de Sobradinho no mês de agosto foi registrado em 2017, durante o período da seca, quando alcançou a marca de 7,77%. Já o maior deles, foi em 2004, quando atingiu 82,16%.

NOVEMBRO: A Chesf salienta que a vazão de Xingó poderá ser elevada até o valor médio diário de 2.900 m3/s, respeitando os limites de mínimo médio diário (800 m3/s) e máximo médio mensal (2.500 m3/s), para atendimento às necessidades do Sistema Interligado Nacional (SIN), conforme processo de otimização energética que envolve diversas regiões do País. 

De acordo com informações do site da Chesf, ao longo desses dois meses, Sobradinho, por sua vez, poderá ter a vazão média elevada até 2.500 m³/s, de acordo com as necessidades, e ainda para atender a manutenção do reservatório de Itaparica em no mínimo 30% de sua capacidade.

 A Chesf reforça que é fundamental a não ocupação das áreas ribeirinhas situadas na calha principal do rio, visto que, em condições emergenciais, como em caso de atendimento ao SIN, as usinas de Sobradinho e Xingó podem turbinar vazões da ordem de 4.200 e 3.000 m³/s, respectivamente, com consequente aumento do nível do Rio São Francisco.

O Diretor de Operação da Empresa, João Henrique Franklin, destaca a "importância da operação que decorre da dificuldade nos níveis dos reservatórios de outras regiões, notadamente do Sudeste, que tem exigido a exportação de energia do Nordeste".
 

Redação redeGN Fotos Ney Vital-arquivo