Morre Dom Pedro Casaldáliga, símbolo da Teologia da Libertação, da luta pelos direitos humanos e das florestas

Um homem que é um pedaço da História do Brasil, ícone das causas sociais e defensor da Amazônia. Bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), Dom Pedro Casaldáliga morreu neste sábado (8) aos 92 anos. Ele estava internado em Batatais (SP). O religioso ficou conhecido por suas posições políticas e pelo trabalho pastoral ligado a causas como a defesa de direitos dos povos indígenas e o combate à violência dos conflitos agrários.

Dom Pedro Casaldáliga é considerado um dos maiores expoentes da Teologia da Libertação.

A morte de Casaldáliga foi confirmada pela Prelazia de São Félix do Araguaia, Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) e a Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos).

Com problemas respiratórios agravados pelo Mal de Parkinson, Casaldáliga foi levado de Mato Grosso para o interior de São Paulo na noite de terça-feira (4) em uma unidade de terapia intensiva (UTI) montada dentro de um avião.

Um terceiro exame - complementar a outros dois realizados em Mato Grosso - descartou que o paciente tenha contraído Covid-19.

Nascido em 16 de fevereiro de 1928 em Balsareny, na província de Barcelona, mudou-se da Espanha para o Brasil aos 40 anos. Veio como missionário, para trabalhar em São Félix do Araguaia.

Pertencente à congregação dos missionários claretianos, foi o primeiro bispo da Prelazia do município – a nomeação, em 1971, partiu do Papal Paulo VI. Dom Pedro Casaldáliga ocupou o ofício até 2005, quando renunciou.

Teologia da Libertação: Em meio a efervescência política nos anos 70 e 80, no Brasil e na América Latina, dom Pedro se transformou em um dos principais expoentes da Teologia da Libertação.

Essa corrente político-social surgiu dentro da Igreja Católica nos anos 60 e teve como contexto histórico a defesa de direitos humanos e oposição ao regime militar, instalado no Brasil (1964 -1985).

A Teoloogia da Libertação se propagou por toda a América Latina e se fortaleceu nas chamadas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), uma forma de organização que sobrevive até os dias de hoje, apesar do enfraquecimento do movimento nos últimos anos.
 

Redação redeGN/Blog Geraldo José Foto Arquivo