Dramaturgo que assumiu a pasta nacional da cultura atacou Fernanda Montenegro, há dois meses

O presidente Jair Bolsonaro escolheu nesta quinta-feira (7) o dramaturgo Roberto Alvim como novo secretário especial de Cultura do governo federal. A nomeação foi publicada em edição extra do "Diário Oficial da União".

Em setembro, Alvim utilizou uma rede social para atacar a atriz Fernanda Montenegro. Ele criticou um ensaio fotográfico no qual Fernanda Montenegro aparecia vestida de bruxa e amarrada em cima de uma pilha de livros.

"A intocável' Fernanda Montenegro faz uma foto pra capa de uma revista esquerdista vestida de bruxa. Na entrevista, vilipendia a religião da maioria do povo, através de falas carregadas de preconceito e ignorância", disse na publicação.

No texto, Alvim afirmou que artistas "difamam violentamente" o presidente Jair Bolsonaro. "Acuso Fernanda de mentirosa, além de expor meu desprezo por ela, oriundo de sua deliberada distorção abjeta dos fatos", escreveu. A ofensa do dramaturgo a atriz indignou a classe artística.

Roberto Alvim é diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte, a Fundação Nacional de Artes, e será o terceiro secretário de Cultura desde o início do governo Bolsonaro.

Até o começo da semana, o dramaturgo estava subordinado ao ex-presidente da Funarte, maestro Miguel Proença, demitido por Bolsonaro na terça (4).

Também nesta quinta, a Secretaria de Cultura, que herdou a estrutura do antigo Ministério da Cultura, extinto por Bolsonaro, foi transferida para o Ministério do Turismo. No atual governo, a secretaria pertencia ao Ministério da Cidadania.

A transferência da secretaria e a escolha do novo titular foram feitas um dia depois de o governo exonerar o então secretário de Cultura, Ricardo Braga, que ficou dois meses no cargo.

Braga havia substituído Henrique Pires, que deixou o posto em agosto, depois que o Ministério da Cidadania suspendeu um edital com séries sobre temas LGBT – o que ele chamou de censura.

"Eu tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas eu não vou chancelar a censura", afirmou Henrique Pires quando decidiu deixar o cargo.

Com informações do G1