O primeiro arranjo que a gente fez de Asa Branca, o Luiz Gonzaga se emocionou, ele dizia que era o arranjo mais bonito que ele tinha escutado

O vocalista do Quinteto Violado Marcelo Melo, disse que a banda foi um divisor de águas para a música nordestina”. Paraíbano de Campina Grande o vocalista do Quinteto Violado explicou que tem quase 50 anos de carreira. Um dos criadores da banda, um dos precursores da música regional brasileira fala da importância dessas obras para as próximas gerações.

Em entrevista, Marcelo relembra a trajetória do grupo e de trabalhos memoráveis como os arranjos feitos para várias obras de Gonzagão, Dominguinhos e Geraldo Vandré que ele considera um compositor fantástico. E recorda: “O primeiro arranjo que a gente fez de Asa Branca, o Gonzaga se emocionou muito. Ele dizia que era o arranjo mais bonito que ele tinha escutado.”

O vocalista tem orgulho de ter inspirado várias gerações e diz que no momento que o Quinteto Violado começou a trabalhar a música regional brasileira, muitos compositores e músicos da época chegaram a dizer que ouviam juntos todos os lançamentos do grupo. Fato que influenciou novas criações e artistas nordestinos. Marcelo também relembra o eterno Chico Science que traduziu em seus tambores a observação do comportamento do povo das favelas, “com um ritmo musical que encantou o mundo”.

Quando o Quinteto completou 40 anos, Marcelo relembra que chegou a ouvir de Lenine: “Vocês (Quinteto Violado) fazem parte do meu DNA, de tão impregnada que a musicalidade de vocês está dentro da minha história”.

A preocupação do Quinteto em perpetuar a boa música, está nos encontros que eles promovem com grupos de outros estados do país, como a Banda de Pau e Corda, Grupo Raízes e vários outros. A intuito é promover o intercâmbio da música regional sem caricaturas e driblar as dificuldades já enfrentadas pelo grupo desde o seu nascimento. 

Para Marcelo é importante que esses movimentos sempre se mantenham, pois muita gente jovem faz sons interessantes na atualidade. “O Quinteto foi como um divisor de águas para a música nordestina. Num determinado momento a música nordestina tinha uma dificuldade muito grande de alcançar o ambiente do centro-sul, do sudeste, onde se sediavam as grandes gravadoras”.

Para as próximas gerações, o grupo investe nos “Concertos Aula” um projeto educador e pedagógico que difunde vários gêneros e ritmos musicais. “A gente percebeu que era muito importante utilizar esse nosso acervo, essa nossa forma de trabalhar a música como uma maneira também de educar, de trazer uma informação pedagógica para os jovens . Foi aí que nós criamos os Concertos Aula e nós começamos a apresentar para a juventude. A gente despertava nas crianças o interesse pela música, pela música séria, pela música que tinha uma representatividade brasileira”.

Agencia Brasil