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Jornalista Ney Vital e empresário Italo Lino festejam o Título de Cidadania de Exu

No dia 14 de dezembro de 2020, a Câmara de Vereadores de Exu (PE), no Sertão do Araripe, aprovou por unanimidade a concessão do Título de Cidadão para o jornalista e técnico em agroecologia Ney Vital e o empresário Italo Lino de Souza. A honraria é concedida a pessoas que contribuíram, de alguma forma, com o progresso socioeconômico, cultural e turístico do município. A proposta foi do vereador Francisco Justino. 

Por este motivo para comemorar os três  anos do Título de Cidadania de Exu, um programa de rádio especial, apresentado na Rádio Cidade Fm 95.7 e um café da manhã vão servir de encontro para a valorização da cultura gonzagueana...

Artigo: Jorge de Altinho na Rota do Turismo Cultural Caminhos do Frio do Brejo Paraibano

Areia, Paraíba é a principal cidade da Rota de Turismo Caminhos do Frio. Areia é Patrimônio Nacional da Cultura. O evento Caminhos do Frio depois de dois anos sem acontecer devido ao isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19, retoma sua programação no Brejo paraibano.

Com início em 4 de julho no município de Areia, o evento contará com programação cultural, além de turismo de vivências e experiências. Areia no último dia 18 de maio completou 176 anos de Emancipação Política e  ganha um dos maiores presentes musicais. Jorge de Altinho fará uma apresentação, o show no sábado, dia 09 de Julho...

Artigo - A verdadeira história do Forró Patrimônio Cultural Brasileiro

Agora as leis estão reconhecendo a riqueza do forró, mas ele sempre foi nosso patrimônio cultural. E quem decide isso é o povo, nenhuma lei ou decreto.” A fala de Leda Alves, estudiosa da cultura popular e ex-Secretária de Cultura do Recife, rememora a resistência da comunidade forrozeira na preservação de um dos mais autênticos gêneros musicais brasileiros e nordestinos.

No próximo dia 13 dezembro, Dia do nascimento de Luiz Gonzaga, Mestre da Sanfona e Dia Nacional do Forró, acontece a solenidade de entrega do título de Matrizes Tradicionais do Forró como Patrimônio Cultural Brasileiro...

Artigo: Missa do Vaqueiro Serrita, Pernambuco. Fé e Identidade Cultural

Este ano 2021, a Missa do Vaqueiro acontece no domingo dia 25 de julho, às 9h da manhã! Pelo segundo ano devido aos protocolos oficiais da pandemia, você assistirá a 51ª Missa do Vaqueiro no canal do youtube - Missa do Vaqueiro.  A missa tem coordenação de Helena Cancio/Fundação Padre João Câncio.

Compreender que a história vem se tecendo com a força da própria vida. E por isto, disse o cantador, escritor Virgilio Siqueira, daí não ser possível guardar na própria alma a transbordante força de uma causa. ..

Poder Legislativo concede Título de Cidadão de Exu ao jornalista Ney Vital e empresário Italo Lino

A Câmara Municipal de Vereadores de Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga, aprovou por unanimidade a concessão do  Título de Cidadão para Jornalista Ney Vital e ao empresário Italo Lino de Souza. A honraria é concedida às personalidades que contribuíram, de alguma forma, com o progresso socioeconômico, cultural e turístico do município. A proposta foi do vereador Francisco Justino.

Neste mês, dia 13 dezembro é a data de aniversário de Luiz Gonzaga e Dia Nacional do Forró. A Câmara de Vereadores de Exu, cidade natal do mestre da cultura Luiz Gonzaga, rei do baião, concedeu também o titulo ao empresário Marcos Sérgio Ferreira Soares, da cidade de João Câmara, Rio Grande do Norte...

Sobradinho, Sá e Guarabyra, Adeus Remanso, Sento Sé, Pilão Arcado, Casa Nova; Debaixo d'água lá se vai a vida inteira

"O homem chega, já desfaz a natureza tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar/ O sertão vai virar mar dá no coração o medo que algum dia o mar também vire sertão/ O Rio São Francisco, lá pra cima da Bahia diz que dia menos dia vai subir bem devagar e passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o sertão ia alagar/ Vai ter barragem no salto do Sobradinho e o povo vai-se embora como medo de se afogar...Adeus Remanso, Sento Sé, Casa Nova, Sobradinho, Pilão Arcado"...

Além de trabalhar no Sistema de Comunicação na redeGn, jornalista, atualmente sou aluno do Curso em Agroecologia, apresentador e produtor do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, todos os domingos, na Rádio Cidade. Sou especialista em Ensino de Comunicação Social e História da Cultura. Caso a crise do coronavírus passe estarei em novembro apresentando uma palestra no Centro Cultural Mário de Andrade, em São Paulo...

Juiz Sanfoneiro Ednaldo Fonseca e jornalista Ney Vital participam do Encontro Nacional dos Gonzagueanos em Caruaru, neste sábado (11) 

O Encontro Nacional dos Gonzagueanos, edição 2017, será realizado em Caruaru, no sábado (11). O evento acontece anualmente desde 2012, sempre na segunda semana de Novembro. A coordenação do encontro é do diretor do Espaço Cultural Asa Branca do Agreste, Luiz Ferreira e promovido pelo Fã Clube de Gonzagão do Nordeste e o apoio do Lions Vila Kennedy.

Este ano além da presença do ex-Governador de Pernambuco, Roberto Magalhães, o encontro terá a participação do Juiz Sanfoneiro Ednaldo Fonseca e do jornalista, membro do Conselho de Cultura do Parque Asa Branca, Ney Vital. O encontro tem o objetivo de manter viva a obra de Luiz Gonzaga. "É uma honra todo ano em Caruaru receber os estudiosos, pesquisadores, colecionadores de Luiz Gonzaga de todo o Brasil", diz Luiz Ferreira. Personalidades ligadas a vida e obra de Luiz Gonzaga recebem o Troféu Luiz Gonzaga Orgulho de Caruaru...

Blog do Geraldo José agora conta com novo colaborador

O Blog do Geraldo José tem um novo parceiro. Nossa redação agora conta com um experiente jornalista que chega para somar e trazer, como sempre, as notícias em primeira mão. 

Nosso colaborador é experiente, bastante conceituado no mercado e chega com a responsabilidade de deixar você, caro leitor, perto da notícia. Estamos falando de Ney Vital, jornalista pós graduado em ensino de Comunicação Social, foi repórter do Jornal Gazeta do São Francisco e também trabalhou como editor e produtor de jornalismo na TV São Francisco e TV Grande Rio...

Seminário Cariri Cangaço e a Cecília do Acordeon

Por Ney Vital-Jornalista

Luiz Gonzaga tem sido nos últimos anos tema de trabalhos acadêmicos, e gradualmente sua obra vem sendo relida, ouvida, tocada. Durante o evento Cariri Cangaço, em conversa com os pesquisadores, Paulo Vanderlei, José Nobre apontei o quanto a realização de um seminário é importante para a consolidação de valores culturais...

Flávio Leandro: Poeta danado e Cantador ganha "o oco do mundo"

Quem deseja aprender a voar deve primeiro aprender a caminhar, a correr, a escalar e a dançar. Não se aprende voar voando"(Nietzsche).

Luiz Gonzaga Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos. Pela manhã, do seu chapéu, saltam galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

A apresentação do cantor, compositor, Poeta Danado e Cantador Flávio Leandro nas terras da Europa, em especial Paris/França, lugar símbolo da cultura, me fez pensar na trajetória da música brasileira e nas palavras do professor Aderaldo Luciano, quando fazíamos o Programa de Rádio, lá nas bandas da Paraíba, sonhando em ganhar o "ouco do mundo" e enfiar goela abaixo do povo a música de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, João do Vale, Elino  Juliao e Dominguinhos...

O professor paraibano, radicado no Rio de Janeiro, Aderaldo Luciano, sempre me lembrou que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

É Flávio Leandro atualmente um dos poucos, que reverencia o forró, o xote, o baião. Em Bodocó foi talhado de sol. Flávio Leandro nasceu do barro vermelho, com alma tatuada por xique-xiques e mandacarus. Flávio Leandro sabe do compromisso que tem com o Nordeste, os Sertões, Cariris e Brejos.

 Flávio na Fé sabe divisar o Cruzeiro do Sul do Sete Estrelo e muito além disso sabe discutir e como lidar com a máquina capitalista avassaladora dominante hoje da "indústria musical".

De mala e cuia Flávio Leandro corre nos ares do mundo! Canta xote, forró valorizando o inventor do Baião, Luiz Gonzaga que um dia deixou o seu pé de serra e embrenhou-se pelos emaranhados da busca  do sonho e que foi o começo de uma grande empreitada e de uma desafiadora lição de vida e vivência.

Coloco agora na vitrola o disco/lp  e escuto a música "Menestrel do Sol", composta por Humberto Teixeira, homenageando Luiz Gonzaga. A essência de toda arte bela, de toda arte grandiosa, é a gratidão: Obrigado Flávio Leandro por não esquecer que antes de você muitos cantores e compositores sentiram fome (a falta de pão) preparando o caminho prá outros Voos...os voos do hoje!

"Pego a estrada sem descanso Sem parar para ver tempo e chão que percorridos gritos que eu plantei/ Menestrel do sol na vida eu só cantei juntando irmão com irmão eu esquecia de viver/
Ai quanta saudade do beijo que eu não dei as coisas que eu não tive são lembranças que eu guardei...Ai que curta vida pra quem tanto viveu os sonhos de outras vidas que ajudei com o canto meu./
Ouro e terra, e eu cantando sem me aperceber dos momentos que eram meus Não voltam mais, eu sei...Menestrel do sol caminhos que andei destino dividiu em mil destinos meu viver"!

*Ney Vital-jornalista. Pós-Graduado em Ensino de Comunicação Social. Pesquisador Música Brasileira ..

*Seu Berto, Fazenda Barão e Faculdade de Agronomia de Juazeiro-Bahia

Eu vi a Morte, a moça Caetana,
com o Manto negro, rubro e amarelo.
Vi o inocente olhar, puro e perverso,
e os dentes de Coral da desumana.
Eu vi o Estrago, o bote, o ardor cruel,
os peitos fascinantes e esquisitos.
Na mão direita, a Cobra cascavel,
e na esquerda a Coral, rubi maldito.
Na fronte, uma coroa e o Gavião.
Nas espáduas, as Asas deslumbrantes
que, rufiando nas pedras do Sertão,
pairavam sobre Urtigas causticantes,
caules de prata, espinhos estrelados
e os cachos do meu Sangue iluminado.

Os versos  acima são de Ariano Suassuna. Sempre que recebo a notícia de um amigo chamado para o "Grande Sertão da Eternidade", me vem ao pensamento.

Hoje recebi a notícia da morte/desencarne/descanso do meu amigo Bartolomeu Venâncio dos Santos, meu amigo "Seu Berto". Lembrei de nossas conversas, lições, também da cachaça, nosso cigarro, sorrisos e rádio de pilha lá na Fazenda Barão.

Divido minha saudade com a viúva Dona Janina, os filhos, César, Sônia, Fátima e Mazarelo. Seu Berto era sogro do sanfoneiro e cantor Flávio Baião.

"Seu Berto foi aluno da primeira turma de agronomia da Universidade Estadual da Bahia que se formou em 1965. Ao falar da história da Universidade o ex-aluno se emocionava ao lembrar com carinho os momentos vividos em sala de aula, a luta pelo reconhecimento da Instituição e dos colegas então falecidos.

“A Faculdade ela significa tudo para mim. Eu deixava de dormir em casa para estudar com meus amigos à noite. Na época  trabalhava e estudava. Vencemos. A educação nos libertou", contava Seu Berto.

Lembro da alegria dele dizendo que teve a oportunidade de visitar uma exposição de fotos antigas que aconteceu no prédio da Uneb, ao lado do primeiro ônibus da Universidade, conhecido como Belo Antônio pelas turmas de agronomia da década de 1960 e de 1970.

Lembrarei hoje quando os ponteiros anunciarem 18 horas o que diz a Escritura Sagrada: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir".

Boa Viagem meu amigo Seu Berto...Inté qualquer outra hora!

*Ney Vital-jornalista ..

Artigo: Em defesa do Museu Gonzagão e da memória afetiva da cultura

A triste e assustadora reportagem veiculada do possível fechamento do Parque Asa Branca, localizado em Exu, Terra de Luiz Gonzaga, lugar que guarda parte da memória do  Rei do Baião, merece reflexão. No parque está o Museu do Gonzagão.

Para onde está caminhando a Política Cultural brasileira?

A revitalização do museu mais  brasileiro e do patrimônio histórico ali representado deveria ser uma das prioridades do Ministério da Cultura. O Museu Gonzagão dever ficar sempre aberto à vida que há fora deles.

Este assunto evoca os versos de uma canção: "Tanta saudade preservada num velho baú de prata dentro de mim / Digo num velho baú de prata porque prata é a luz do luar". Este baú é como um museu pessoal, o museu que todos temos, feito de lembranças, quinquilharias e reminiscências que alimentam o nosso presente. Como todos os museus pessoais, o da canção tem "qualquer coisa" que vai além do "eu".

Gilberto Gil, ex-ministro da cultura disse que há um momento e um território em que o canto da memória se encontra com outras memórias e outros cantos. E se transforma a partir dos encontros feitos. Os museus de pedra e cal e os museus virtuais são baús abertos da memória afetiva da sociedade, da subjetividade coletiva do país, da soma dos museus pessoais.

O Parque Asa Branca merece atenção e não pode fechar! É preciso que o Museu do Gonzagão se mantenha vivo e pulse, consagrando o jogo de tradição e invenção que dialeticamente marca a construção da cultura brasileira.

O Museu de Luiz Gonzaga em Exu, têm cheiro de vida e nele está o alimento, a raiz da música mais brasileira inspirada no toque da sanfona de Luiz Gonzaga, de seus compositores e seguidores.

E esta raiz remete ao cosmo (e ao caos) das musas. O museu é a casa das musas. E não por acaso a musa da música tem lugar privilegiado no Templo das Musas, no museu das artes, no panteão das musas que desde a mitologia grega são as inspiradoras de toda arte, de toda criação humana. Os museus abrigam o que fomos e o que somos. E inspiram o que seremos.

O Parque Asa Branca precisa ser visto como um lugar de criação, diálogo e preservação do aqui e do agora. Esta noção está na base dos esforços de todos que preservam a memória e história de Luiz Gonzaga.

Os museus são "pontos de cultura". O Parque Asa Branca deve cumprir um papel de referência e base para o futuro da cultura. O Museu Gonzagão significa música e poesia para os nossos corpos, mentes e espíritos.

Por Ney Vital..

Jornalista Ney Vital é eleito para o Conselho de Cultura do Parque Asa Branca, Exu, terra de Luiz Gonzaga

Jornalista Ney Vital e Fausto Luiz, sobrinho de Luiz Gonzaga.

O jornalista Ney Vital é o mais novo membro do Conselho de Cultura da ONG-Parque Aza Branca, Exu, Pernambuco. O Parque Aza Branca é um patrimônio cultural do povo brasileiro e nele está o Museu de Luiz Gonzaga.

O dia da posse ainda não foi divulgado. Na justificativa, o nome de Ney Vital foi proposto pelos relevantes serviços prestados a cultura. Ney Vital já foi secretário de comunicação da prefeitura de Petrolina, Pernambuco,  ex-secretário de cultura de Areia, Paraiba, cidade Patrimônio Nacional da Cultura e assessor de imprensa do Incra Submédio São Franscisco.

Ney Vital em 1912, ano do Centenário de Luiz Gonzaga, recebeu da Assembleia Legislativa de Pernambuco, homenagem pela ampla divulgação, contribuição dada à cultura, literatura e à música brasileira, em especial vida e obra de Luiz Gonzaga.

"Orgulho-me dessa homenagem. A missão dos conselheiros é valorizar a vida e obra de Luiz Gonzaga, buscar caminhos de uma política cultural mais justa. O compromisso é mais forte agora para ampliar a consciência dos nossos valores mais brasileiros, universal", finalizou Ney Vital...

Artigo: Dominguinhos 75 anos: o mestre da sanfona e sons, das paixões e amores, do silêncio e da solidão

"Que saudade matadeira eu sinto no meu peito. Faço tudo para esquecer, mas não tem jeito."Este é um dos muitos versos que Dominguinhos cantou e tocou com sua sanfona, transformando-a em um instrumento da saudade, sentimento que persiste no coração de todos nós que convivemos com o cantor, compositor e instrumentista.

Hoje 12 de fevereiro se fisicamente estivesse entre nós Dominguinhos completaria 75 anos.

Hoje convidado que fui para participar de Programas de Rádio na região do Vale do São Francisco destaquei a genialidade, simplicidade, humildade do mestre Dominguinhos. Em especial a gratidão que o discípulo tinha por Luiz Gonzaga.

Destaquei dois filmes que fala sobre vida e obra de Dominguinhos: primeiro o documentário "O milagre de Santa Luzia" (2008), de Sergio Roizenblit, no qual o instrumentista viaja pelo Brasil para mostrar as diferentes formas regionais de se tocar sanfona e os principais sanfoneiros do país.

E aquele que mais me toca: O longa metragem webserie "+Dominghinhos". Neste filme é mostrado “Um Dominguinhos que pouca gente conhece: jazzista, improvisador, seu refinamento musical, sua universalidade".

Assim era Dominguinhos. Grande, muito grande. Simples, muito simples.

Aos 6 anos, José Domingos de Morais, O Dominguinhos ganhou a primeira sanfona do pai, o mestre Chicão. Aos 8, já se apresentava com os irmãos, Morais e Valdomiro, em feiras livres e portas de hotel de Garanhuns-Pernambuco, onde nasceu em 12 fevereiro de 1941.

Dominguinhos foi nome dado por Luiz Gonzaga, com quem gravou, em 1957, Moça de Feira. “O menino chegou de um ambiente diferente e começou a viver num mundo glamourizado. Mas foi sempre na dele, sempre com esse jeitão sertanejo”, diz Gilberto Gil no primeiro episódio da web série +Dominguinhos.

A riqueza dessa história levou os músicos Mariana Aydar, Duani e Eduardo Nazarian a promover encontros entre o sanfoneiro e parceiros, antigos e jovens que tocam e contam histórias vividas nos palcos da vida.

Em uma delas, Giberto Gil lembra do tour do álbum Refazenda (1975), em que viajaram juntos mais de 20 mil quilômetros. Em certo momento, Dominguinhos pergunta: “Isso é reggae, é?”. Quando o amigo responde que sim, ele rebate: “Que reggae nada, isso aí é um xotezinho sem-vergonha”.

Dominguinhos conseguiu inovar a arte do mestre!

Antes de começar a luta contra o câncer que o submeteria a uma injustiça do destino vivida em um quarto do Hospital Sírio Libanês, convalescendo na dor física e da alma que sofria Dominguinhos recebeu uma equipe de jovens cineastas. Estavam ali para colocar a água do Rio São Francisco em uma garrafa. Ou, se fosse preciso, em duas.

Ao lado de Djavan, Dominguinhos chorou. Estava visivelmente abatido pela doença, mais magro do que em outras cenas, e parecia sentir as próprias notas em dobro. "Seu Domingos" tirou a água dos olhos e pediu a Djavan um favor com uma humildade de estraçalhar os técnicos do estúdio. "Se você tivesse trazido seu violão, eu ia pedir pra tocar uma música pra mim".

Quando a música aparece, ela vem em turbilhão. Um Dominguinhos de cabeça baixa, de pé, à frente de um grupo, tocando sua sanfona como se estivesse em transe. De olhos fechados, transpassa dedos uns sobre os outros como se tivessem vida própria, como se nem dos comandos do cérebro precisassem.

No documentário é o próprio músico quem narra sua história: o pai que já tocava na roça, lembra de sua sanfoninha de 8 baixos e do primeiro grupo que formou com dois irmãos no Nordeste, quando tinha 8 anos.

Conta das brincadeiras e dos passatempos. "Eu não matava nem passarinho, por pena." A mãe, alagoana filha de índios como o pai, teve 16 filhos, muitos dos quais "iam morrendo" e sendo enterrados em caixõezinhos que o pai já construía como um especialista.

Seus olhos se enchiam de água depressa, sobretudo depois que ele começou seu tratamento contra o câncer. Em uma noite, deixou o quarto do hospital com seu chapéu de vaqueiro, apertou o botão do elevador e fez o nome do pai.

Momento de emoção no filme quando Dominguinhos chega ao teatro no qual a Orquestra Jazz Sinfônica o esperava e sentou-se para tocar De Volta pro Aconchego. Quando sentiu os arranjos sinfônicos atravessando seu peito, não se conteve e chorou uma lágrima graúda, como se soubesse que, ali, era a hora de se despedir.

Levantou a cabeça, tirou o chapéu e chorou...

Por Ney Vital-Jornalista ..