GGB pede expulsão de policial que agrediu trans no carnaval de Juazeiro

03 de Feb / 2018 às 11h02 | Variadas

Lohana Souza (Foto: Reprodução/TV São Francisco)

O GGB - Grupo Gay da Bahia enviou na manhã deste sábado ao Blog Geraldo José cópia do texto enviado à Corregedoria da Polícia Militar da Bahia solicitando a expulsão do policial que agrediu uma mulher trans no período do Carnaval Antecipado de Juazeiro. Confira o texto:

Gratuitamente, na madrugada do dia 28 de janeiro, no carnaval antecipado de Juazeiro, uma patrulha policial saiu distribuindo socos e pontapés aos foliões que participavam do carnaval antecipado de Juazeiro. O Grupo Gay da Bahia exige que a Corregedoria das Polícias abra processo administrativo para apurar a responsabilidade e punir policiais, psicopatas que utilizam da farda para agredir de forma violenta pessoas que estava na festa. A transexual Lorrana Sousa, foi alvejada com um soco no rosto fazendo com que a mesma ficasse inconsciente caída ao chão, sendo socorrida por pessoas que participavam do evento naquele momento.

Como pode-se ver no vídeo a agressão a Lorrana, foi absolutamente motivada pela transfobia, pois a vítima não se encontrava em situação de confronto a guarnição e nem a moralidade pública. “O soco, mortal foi dado por ela ser uma mulher trans, e ele ter percebido isso, a situação é reveladora de grande preconceito do policial” disse Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, após ter tomado conhecimento do ocorrido nessa última sexta-feira, 2, de fevereiro. “Na condição de filho de militar, eu sei que a função da Polícia não é abusar violentamente das pessoas, mas dar segurança e proteção” disse Cerqueira, informando ainda que diante de uma situação tão relevante como esta é necessário falar sobre direitos humanos, cidadania LGBT para essas patrulhas. “Um LGBT pode ser bandido, sim, mas o fato de ele ser LGBT não fez dessa pessoa um abandido, um criminoso” esclareceu Cerqueira. O impacto do soco desferido pelo PM é tão forte que deixa a vítima no chão, mesmo percebendo isso, a guarnição segue sem sequer prestar socorro a trais caída vitíma policial.

A brutalidade da guarnição foi motivação para que a população gravasse em vídeo celular atuação desastrosa de policias militares durante o carnaval de Juazeiro. O GGB encaminha a Corregedoria das Polícias para abertura de processo administrativo com vistas apurar ás responsabilidade e a possível expulsão do policial que agrediu a trans Lorrana Souza, por puro preconceito, no último dia 28 no Carnaval antecipado de Juazeiro. 

O GGB sempre esteve ao lado da Polícia Militar da Bahia desde a realização da nossa primeira Parada Gay, parceria essa que não se resume apenas em policiamento na Parada Gay, mas com ações que buscam coibir a violência homofóbica no nosso Estado. É preciso aprovar leis que coíbam essa terrível violência gratuita, qual somos reféns corriqueiramente e atinge a integridade física dos LGBT’s e lembramos aos Deputado Soldado Prisco em entender a nossa luta e como representante do povo e da Polícia Militar da Bahia apoiar nosso projeto de criação do dia de combate à homofobia, o qual votou contra e se mostrou extremamente contraditório ao aprovar o “dia do orgulho heterossexual”. Logo você soldado Prisco que foi eleito vereador com a nossa solidariedade diante das questões que envolvem trabalho e qualidade de vida de homens e mulheres policias dentro de uma filosofia e de uma politica de esquerda. 

Cortando em nossa carne, vendo esse vídeo desumano e degradante, esperamos que o Deputado Soldado Prisco entende que leis contra a homofobia e violência salva vidas e garantem paz à comunidade LGBT, mas apoio a leis esdrúxulas não condiz com um Deputado que representa uma categoria tão parceira do GGB, como é a Polícia Militar.

GGB - Grupo Gay da Bahia

© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.