Dia Nacional do Forró: Paraibano é o maior colecionador da obra de Luiz Gonzaga

13 de Dec / 2017 às 19h00 | Variadas

Luiz Gonzaga se fosse vivo completaria hoje 105 anos. O paraibano Paulo Wanderley Tomás da Silva é o maior colecionador e especialista na obra de Luiz Gonzaga — músico que conheceu quando era criança. Seu pai era o gerente do banco de Gonzaga em Exu. Também bancário por profissão, ele se tornou um colecionador de tudo o que diz respeito ao Rei do Baião. Reuniu mais de 350 discos, catalogou mais de 700 músicas, mais de 3 mil fotografias, revistas, DVDs, filmes, diversos programas de TV. “Além disso, mandei fazer réplicas das roupas que ele vestia nos shows. Elas já foram até usadas no filme “Gonzaga, de pai para filho”, do diretor Breno Silveira.

Ele foi o maior divisor de águas dentro da música popular brasileira. Introduziu instrumentos e novas sonorizações na MPB. Foi campeão em vendagem de discos. Depois dele, Dalva de Oliveira, Dolores Duran, Orlando Silva e João Gilberto gravaram baiões. Os maiores nomes da MPB — como Maria Bethânia, Gilberto Gil, Gal Costa — todos fizeram referência a Luiz Gonzaga. Se formos para o rock de Raul Seixas, ele dizia que tinha duas referências: Gonzaga e Elvis Presley.

*Gonzaga foi um grande marqueteiro de si mesmo?
Ele inventava e se reinventava. Se formos analisar conceitos atuais de empreendedorismo, os dele tinham aplicação quase perfeita. Tudo na vida dele era marketing. Na vida pessoal, ele era meio descontrolado, um cara generoso. Distribuiu mais de cem sanfonas, algumas das quais estariam custando hoje entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. Deu muitas delas, inclusive para o Dominguinhos.

*Esse lado marqueteiro também se estendia às parcerias musicais, não é?
Com certeza. A primeira grande parceria foi com Manoelzinho Araújo, o rei da embolada. Mas Gonzaga era inquieto, e as parcerias ainda não lhe satisfaziam. A indumentária dele também foi mudando com o passar dos anos. Entre os anos 1940 e 1950, o chapéu de couro tinha pedrarias. No início da década de 1970, era branco e cinza. Nos anos 1980 usava um azul, redondinho, bem mais moderno. Gonzaga foi mudando a indumentária. Era tudo parte de sua estratégia de marketing.

 


 

Leticia Lins- Foto: Cariri Cangaço

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