Artigo - O desafio de Ciro Gomes de ficar calado

15 de Sep / 2017 às 23h00 | Espaço do Leitor

Se tem um político no Brasil que sempre sonhou em ser Presidente da República, mas com suas trapalhadas verbais pelo visto nunca vai chegar ao cumprimento do sonho, este se chama Ciro Gomes. Cada vez que se aproxima de um cavalo que está bem perto de uma sela ele "chuta o pau da barraca".

A pior esquisitice que ele fez nos últimos tempos para (não se sabe como) se promover politicamente foi atacar Lula como se o mesmo fosse um grande inimigo, quando sempre estiveram juntos. Talvez na escalada da narrativa de Lula não poder ser o representante da esquerda nas urnas em 2018, o melhor nome poderia ser exatamente Ciro Gomes.

Mas pelo visto com sua língua ferina, ele mais uma vez espanta o próprio cavalo que poderia inclusive já vim selado, porque quando ele ataca exatamente o homem que mais cresce nas pesquisas, e que no olho do furacão enfurecido da direita brasileira, da imprensa tradicional e do judiciário político, pode não ser candidato, ele perde as vozes que podem influenciar na escolha do substituto de Lula.

Mas sempre foi assim, e a história como é a prova dos nove não deixa ninguém esquecer. Quando ele assume o discurso de que não quer acordo em primeiro turno com o PT e pede ao povo que elimine logo no primeiro turno o candidato do próprio, ele acaba fechando uma importante porta, porque em política da mesma forma que se confia, desconfia-se mais ainda.

A esquerda brasileira não precisa de personalidades adeptas ao discurso dúbio, o que se precisa é de personalidades que reconheçam que não são os salvadores da pátria, e nem existem politicamente sozinhos. Outra coisa que não deve ser esquecida, quem pula demais de barco em barco para conquistar a confiança demora muito tempo. É como dizia Shakespeare "leva-se anos para construir uma confiança e apenas segundos para destruí-la".

Ciro Gomes parece demais com esses políticos que não aceitam conselhos de assessores e erram sempre. Parece que ele não quer viver em grupo, ele quer é dá ordens. Isso fica difícil para ele como pessoa e para o grupo político que ele representa nesse momento. Ele tem que ouvir alguns conselhos, principalmente ouvir mais e se calar no momento certo, porque a política é faca de dois gumes, e se não tiver cuidado ela corta e sangra as mãos.

Por Genaldo de Melo

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