Secretário de Saúde de Pernambuco sai em defesa das Organizações Sociais em recente entrevista à imprensa do estado

19 de Jan / 2017 às 18h45 | Política

Esta semana, em entrevista ao programa “Ponto Político” da TV JC, o Secretário de Saúde de Pernambuco, Iran Costa, fez uma avaliação da saúde durante os 10 anos de governo do PSB e saiu em defesa das Organizações Sociais (OSs) que administram parte dos equipamentos de saúde do estado.

De início, o secretário ressaltou que as informações veiculadas pela mídia sobre os repasses aos hospitais geridos pela administração direta e pelas OSs não correspondem à realidade. Como exemplo, citou o caso do Hospital da Restauração, cujo repasse divulgado ficaria em torno de R$ 9 milhões, enquanto que outra unidade gerida por uma OS receberia R$ 8 milhões, sendo esta uma pequena diferença orçamentária.

De acordo com Iran, o Hospital da Restauração recebe realmente esse valor de repasse da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde, mas nessa conta não estão os gastos com folha de pagamento (que corresponde de 60 a 70% do custo), ambulância, água, luz, telefone e boa parte da alimentação, que são pagos pela Secretaria de Administração. “Essa foi uma forma inadequada de se fazer a comunicação. O custo total do Hospital da Restauração por mês é de R$ 31 milhões. Uma pessoa que venha a dizer que o Hospital da Restauração custa R$ 9 milhões não tem a menor noção do que é um hospital e o custo de um”, ressaltou.

Sobre o assunto, Iran Costa ainda destacou que os hospitais da administração direta recebem R$ 1 bilhão e 300 milhões, enquanto que o repasse aos hospitais administrados pelas OSs é de R$ 450 milhões. “Acho que se deve investir nos dois modelos, porque assim não se fica na mão de ninguém. Os defensores da administração direta tem que parar de botar defeito nas Organizações Sociais e observar os seus próprios erros. As Organizações Sociais foram criadas a pedido de um presidente, diretor-geral, da rede de saúde dos hospitais Sarah Kubitschek, isso no começo da década de 90. Na época, ele mostrou que era praticamente impossível administrar um hospital com o nível de burocracia existente no Brasil”, relatou.

Como argumento à sua defesa, o secretario também destacou que as gestões feitas pelas OSs geram uma economia em torno de 20 a 30% com relação aos mesmos procedimentos realizados na administração pública. “As Organizações Sociais foram criadas como contraponto para melhorar a questão gerencial da saúde. Dos 27 estados brasileiros elas estão presentes em 23. Inclusive, o próprio governo federal trabalha com a EBSERH que tem o mesmo princípio. A eficiência das OSs já está comprovada, o ganho financeiro também. Existe um discurso agora de que essas entidades não são fiscalizadas, sendo que a Secretaria Estadual de Saúde é fiscalizada por 29 órgãos. Então, existe fiscalização sim e o cumprimento de metas”, afirmou.

Na entrevista, Iran relembrou que as OSs passaram dois anos e meio sem reajuste e mantiveram os atendimentos, com metas até acima maior que a média: “Isso sim precisa ser dito claramente, até em defesa e respeito às OSs”, justificou. Para finalizar, ele destaca uma característica diferenciada das OSs de Pernambuco: “Em muitos estados elas foram criadas já com o intuito de fazer esse tipo de gestão. Já as OSs do nosso estado, pra começar, atendem 100% SUS em suas sedes, e a maioria delas tem mais de 30, 40, 50 anos de atividade. Não foram criadas com esse objetivo”.

Ascom

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