Equipe médica tentou reanimar ciclista iraniano que morreu neste sábado na Paralímpiada

18 de Sep / 2016 às 12h00 | Variadas

O presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), Philip Craven, e o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, lamentaram a fatalidade com o atleta iraniano Bahman Golbarnezhad, que morreu na tarde deste sábado após sofrer uma queda durante prova de ciclismo de estrada da Paralimpíada. Os dirigentes trataram o incidente como "um dia de pesadelo" e explicaram minuto a minuto o que aconteceu desde o começo da prova até a morte do atleta depois de uma segunda parada cardíaca. Bahman foi projetado a uma vala entre as duas barreiras de proteção do circuito e bateu com a cabeça violentamente. O iraniano foi atendido de imediato e a ambulância que o levava era equipada conforme legislação internacional, com uma estação de terapia intensiva. Já no hospital, a equipe médica tentou por 40 minutos reanimá-lo, sem sucesso.

- É um dia de pesadelo para o Comitê Paralímpico Internacional. Minhas mais sinceras condolências vão para o Irã, para seus familiares e para o comitê paralímpico do Irã. Meu coração está completamente despedaçado. Vamos fazer uma completa investigação para identificar o que aconteceu e como ocorreu o acidente com o Bahman Golbarnezhad. Foi feito de tudo para salvá-lo. A organização dispôs de tudo. De paramédicos, médicos, enfermeiros, ambulância. Tudo funcionou e tudo foi feito com a intenção de salvá-lo. Não houve cortes de orçamento que pudessem ter afetado de alguma forma a ocorrência de hoje - disse o presidente do IPC, Philip Craven.

O iraniano caiu com sua bicicleta na descida de Grumari, durante o percurso da classe C4-5, próximo ao Km 34, ao lado da Prainha. O acidente foi comunicado à direção de prova às 10h35.  A equipe médica o atendeu às 10h40. No primeiro atendimento, o iraniano apresentava sinais vitais e seu capacete estava significativamente danificado. Às 10h45, ele foi posicionado na ambulância e direcionado ao hospital de referência da Paralimpíada. Entre às 10h50 e 11h49, ele esteve na ambulância.

- A ambulância seguiu a direção do percurso da prova, não dava para voltar na contramão por conta dos outros atletas que estavam descendo. O trajeto pode parecer logo, mas é que no caminho a ambulância teve que parar várias vezes para ele ser estabilizado - explica Mário Andrada, lembrando que a Polícia Civil está com investigação aberta, com auxílio de todas as entidades envolvidas.

Diretor de comunicação do Comitê Paralímpico Internacional, Craig Spence confirmou que a morte foi a primeira da história dos Jogos, que tiveram início em 1960. -  Foi o primeiro e espero que tenha sido o último. Mas acidentes acontecem no esporte. Temos cuidados médicos excelentes nos jogos. É trágico que alguém tenha perdido a vida neste caso.

MÉDICOS TENTARAM REANIMÁ-LO POR 40 MINUTOS

No caminho até o hospital, as condições de Bahman Golbarnezhad se deterioraram, ele mostrou agitação, sonolência, indo para uma completa letargia que evoluiu rapidamente para uma parada cardiorrespiratória. Com isso, a ambulância precisou parar em diversos trechos para atendê-lo prontamente. Bahman chegou ao hospital às 11h50 em parada cardiorrespiratória e os médicos tentaram reanimá-lo por 40 minutos. A morte foi confirmada às 12h30.

Secretário-geral do comitê do Irã, Masoud Ashrafi comentou que o país pretende levar o corpo do atleta de volta para casa neste domingo. A Rio 2016 avisou que tentará atender o pedido, mas explicou que a situação é complexa. Masoud solicitou também um laudo completo da ocorrência a fim de entender a dinâmica do acidente que tirou a vida de Bahman. Ele lembrou que a família está completamente devastada e que a repercussão é muito grande no Irã.

- No momento, estamos tentando lidar com a situação da melhor maneira possível com os atletas que estão aqui participando. E estamos ao mesmo tempo tentando lidar com essa situação da melhor maneira possível. Fizemos as duas solicitações, de levar o corpo para o Irã neste domingo e de um relatório completo do que ocorreu. Com relação a repercussão da notícia no Irã, estamos tentando lidar com essa situação e com a família que está extremamente abalada com a situação - disse Masoud Ashrafi.

G1 (Foto: Reprodução Twitter)

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