ARTIGO: Na última chance a descoberta de que Eduardo Cunha não tinha amigos importantes em Brasília

13 de Sep / 2016 às 23h00 | Espaço do Leitor

Como um impávido colosso às avessas, Eduardo Cunha, o "Senhor dos Anéis" da política brasileira recente, resistiu em seu filibuster político até as últimas conseqüências. Nunca um único homem conseguiu durante tanto tempo deixar em suspenso sobre sua feitiçaria incontida de detalhes estapafúrdios os bastidores de Brasília e a Opinião Pública. Parecia que ele estava na condição superior sobre todos os outros abutres políticos, que depois de tantas denúncias que lhe caíram às costas, ninguém tinha coragem de derrubar-lhe, se bem que outros lhe defendiam até com "unhas e dentes".

Foi usado na sua condição de presidente da Câmara dos Deputados e ajudou a derrubar Dilma Rousseff da Presidência da República, que teve democraticamente 54 milhões de votos, sem os devidos crimes que lhe imputavam. E quando não mais servia aos interesses de alguns foi colocado na condição de bode expiatório, e teve que teatralmente ameaçar derrubar 150 deputados, depois ensaiou um chamado dossiê contra 200 deputados que ele tinha que sustentar, que não apareceu, fez das "tripas o diabo".

Eduardo Cunha deixou nas entrelinhas que Michel Temer deveria lhe defender porque ele sabia demais sobre o Porto de Santos, deixando no "ar" que havia também lhe grampeado sobre assuntos espinhosos. Mudou durante esse período até de religião, enquanto sua mulher ninguém, nem mesmo o juiz Sérgio Moro, encontrava o endereço para uma intimação judicial...

De repente, não mais que de repente, na noite fatídica do dia 12 de setembro para ficar na história que apenas um homem que quis ficar nos livros de história como bandido, seus algozes pela primeira vez, sem medo e nem piedade, cortaram seu pescoço na guilhotina política, e ele finalmente caiu. De novo na falsa tranquilidade que lhe é peculiar saiu do plenário ainda arrogante, como se deixasse claro que ainda tem muita "coisa" para contar ao Brasil, talvez em uma delação premiada.

Foram exatos 450 deputados seus algozes, com apenas 10 deputados que revolveram continuar fiéis aos seus ditames, e nove deles que se abstiveram, talvez ainda com medo, ou ficaram com pena de seu choro na hora da queda. Agora é que veremos o que de fato este homem sabe das entranhas malditas do jogo mais sujo e nojento dos corredores de Brasília. Tchau, querido!

Por Genaldo de Melo

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