"Temos razões para levantar a cabeça", diz presidente do PCdoB-BA

03 de Sep / 2016 às 22h00 | Política

O presidente estadual do PCdoB, deputado federal Daniel Almeida, considerou a cassação do mandato da presidenta Dilma Rousseff, pelo Senado Federal, na última quarta-feira (31/08), um ataque à democracia e pediu força à militância comunista, que atuou ativamente contra o processo de impeachment. Para Daniel, a luta perdida foi, acima de tudo, pela democracia.

"Ficou evidenciado, nesse processo final, que foi um golpe. Faltaram elementos técnicos, jurídicos, e, ainda assim, tomaram a decisão de fazer uma eleição indireta para a cassação da presidenta Dilma. Longe de abaixarmos a cabeça, temos razões para levantar a cabeça e saber que estamos do lado daqueles que defendem a democracia", disse.

O PCdoB integra a base dos governos do PT desde 2003, com a eleição de Lula, e teve papel protagonista nas transformações sociais no Brasil, nos últimos 13 anos. Daniel acredita que os avanços estão em risco com o governo Temer e defende que, entre os principais objetivos da retirada do PT do poder, estão a diminuição das conquistas sociais e a privatização das instituições públicas.

"Esse [de Temer] é o projeto de desmonte do Estado brasileiro e das políticas sociais, quando você propõe não ter mais vinculação de gastos para a saúde, para a educação, para a segurança, quando se propõe limites e congelamento desses gastos por 20 anos, quando você propõe reforma da Previdência, da lei trabalhista. Tudo isso é uma espécie de rasgar a Constituição", explica.

Oposição

O presidente do PCdoB-BA garantiu que o partido fará uma oposição "forte, decidida e organizada" ao novo governo e reafirmou a defesa de um plebiscito ou a convocação de novas eleições. "Nós temos o desafio de unificar os setores oposicionistas, democratas do nosso País, aqueles que respeitam a Constituição, em torno de bandeiras que impeçam que esse golpe se consolide", completou.

Bahia

Daniel também falou sobre a possível retaliação que a Bahia poderá sofrer com o novo governo, pelo fato de a grande maioria dos parlamentares baianos ter votado contra o impeachment.  Para ele, os baianos não deverão, de fato, ser beneficiados, mas haverá uma grande corrente entre os parlamentares democratas pelo atendimento das demandas do estado.

"Vamos manter a defesa dos interesses da Bahia. Na bancada [baiana no Congresso], vamos atuar para que os orçamentos respeitem e valorizem os interesses da Bahia e vamos continuar mobilizando os baianos para defender o resgate da soberania do voto e, pra isso, o plebiscito ou a convocação de nova eleição", continuou.

Eleições municipais

O processo eleitoral em curso, nos municípios, é um 'palco fundamental' para debater a cassação da presidenta Dilma, segundo Daniel. Ele orienta os candidatos e candidatas comunistas a levarem a pauta à campanha "para esclarecer ao eleitor o que significa esse golpe, contra quem ele se dirige, os riscos que temos para os baianos e para o nosso povo, e nos posicionarmos contra os candidatos que estão no campo golpista".

Ascom/PCdoB-BA

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