ARTIGO - LIVRARIA É INJEÇÃO CULTURAL!

26 de Jul / 2016 às 23h00 | Espaço do Leitor

É lastimável uma cidade com 138 anos de emancipação política e duzentos e vinte mil habitantes, tendo várias universidades, ainda não se vê uma livraria de grande porte onde se possa encontrar não somente livros didáticos, como também científicos, literários, crônicas e os clássicos.

O livro é o colírio dos olhos da alma; nele se pode apalpar, segurar, pegar e, volvendo-se suas páginas, a mente tem mais tempo para assimilar o contexto, conteúdo, extraindo-se conhecimentos transmitidos chamados de cultura, aprendizagem, etc. Difere, notadamente, da leitura eletrônica – dilúvio de celulares, whatsapp, etc, que simplesmente dá informação, enquanto o livro oferece formação. É preciso que o tenha sempre à mão repleta e o leia por hábito, interpretando-o sem preguiça, procurando assim entendê-lo e, sendo um romance, cientifique-se que a obra literária para conhecê-la, deve-se ter no juízo que ela contém início, meio e fim. Não se obedecendo a esse rito o leitor jamais poderá compreendê-la, sendo, então, pseuda leitura.

Ao escrever um livro o escritor demonstra que não deseja encerrar no peito o seu bem, sim, procura transmiti-lo sem vaidade e egocentrismo, comunicando-se e cooperando com o cosmo cultural, dentro de uma civilização, cujo objetivo é a interação social, de modo que a sociedade na medida do possível alcance a ciência do saber, o qual alimenta a alma.

Ao poder público não é permitido eximir-se, esquivar-se da obrigação de estimular a cultura, deixando-a como coisa efêmera, desprezível, objeto vergonhoso, sem valor. O incentivo cultural convém ser provido desde a alfabetização para que no porvir não haja um povo com ojeriza a livros, permanecendo obtuso na esteira dos conhecimentos.

Ler é o paraíso do saber; saber ler é uma virtude. O indivíduo se instrui, aprende a conversar, falar e escrever de modo a não causar lesão ao vernáculo da pátria, não ficando desse modo, “amordaçado,” arredio e mudo diante de diálogos, envergonhado, não abrindo a boca por falta de uma leitura, por mais simples que seja, preferindo dessa maneira a obscuridade cultural, com coisas vis – sem a menor importância -, a ter a consciência em dirigir-se a uma livraria ou biblioteca pública à busca de um livro de gênero literário ou científico, para a fulgente e exercício da  sua faculdade intelectiva, saindo da esfera tosca da ignorância e da frustração social.

As composições literárias ou científicas são obras que saem do cérebro, imaginação do mundo cognitivo do escritor. O qual tem a responsabilidade por sua divulgação, de modo que seja útil ao universo da sabedoria, não infringindo assim os princípios éticos, sociais e morais.

Edição de livros é dispendiosa, havendo custos altos para àqueles que se dedicam a escrever obras literárias ou científicas, principalmente os que não procuram patrocínio de modo algum, quer seja do comércio ou do poder público. O amigo – livro – doravante passa para as livrarias, onde ficará exposto a quem dele se propuser em adquiri-lo, caso não seja inimigo do saber e dos conhecimentos. Leia, pelo menos o que marca na folhinha! Leia para não ser um acabrunhado quando em rodadas de conversa. O bom alvitre é que se dê trela aos livros, não deles se afastando tal qual a rapidez de raios cegantes!

Geraldo Dias de Andrade é Cel. PM\RR – Cronista – Bel. em Direito – Membro da ABI\Seccional Norte – Escritor – Membro da Academia Juazeirense de Letras.

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