Artigo: Juazeiro e a Limpeza Urbana

22 de Jun / 2016 às 13h30 | Espaço do Leitor

A Cartilha de Limpeza Urbana (disponível em http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/cartilha_limpeza_urb.pdf), elaborada pelo Centro de Estudos e Pesquisas Urbana (CPU) do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) em convênio com a Secretaria Nacional de Saneamento (SNS) – Ministério da Ação Social (MAS) – apresenta uma importante contribuição à qualidade da prestação do serviço de limpeza urbana pelo Poder Público Municipal, com orientações destinadas ao treinamento e desenvolvimento de pessoal para as múltiplas tarefas de planejar, organizar e operar serviços de limpeza urbana, bem como trazendo conceitos e expondo modos de estruturação das tarefas.

De acordo com a cartilha, dentre os serviços de limpeza urbana está a varrição ou varredura, que é a principal atividade de limpeza de logradouros públicos. A cartilha propõe um plano de varrição, apresentando a conservação como um tipo de varredura que é, em geral, implantada nos locais com grande circulação de pedestres, a exemplo de áreas centrais das cidades, setores de comércio mais intenso, pontos turísticos; além de apresentar itens específicos para a limpeza de outros locais, como praias, feiras.

Convivemos diariamente com resíduos sólidos produzidos pelas atividades humanas ou, até mesmo, gerados pela própria natureza (folhas, galhos, areia) nos espaços urbanos, os quais podem ser classificados como: lixo residencial, lixo comercial, lixo público e lixo de fontes especiais (hospitalar, industrial e radioativo). Estes resíduos, muitas vezes, não são acondicionados nos devidos locais, seja por ausência de consciência ambiental por parte da população, e ou inexistência de recipientes apropriados, principalmente, em locais públicos e de grande circulação de pessoas.

Dito isso, passamos a avaliar, de maneira breve, a prestação do serviço de limpeza urbana no município de Juazeiro, mais especificamente, o serviço de varrição. Como anda a limpeza das nossas feiras, do Mercado do Produtor? Será que o plano de varrição do município contempla a conservação dos espaços públicos? Só para ilustrar: no Bairro Tancredo Neves há um ponto de apoio de uma equipe de limpeza que, praticamente, uma vez por semana faz a varrição das ruas do entorno, além de realizar a limpeza do Mercado do Produtor... Mas o Bairro Tancredo Neves é área central?

Talvez fosse possível também deslocar uma equipe para o Bairro Tabuleiro (a partir da Rua 4), ou para o Malhada da Areia. E os usuários e permissionários do Mercado do Produtor estão satisfeitos com o serviço de limpeza urbana prestado pela SESP? Como se dá a seleção dos espaços públicos a serem atendidos com o serviço de varrição?

Outra questão para avaliarmos se refere à acomodação dos resíduos: quantos de nós, que nos preocupamos com o meio ambiente e com a preservação do nosso Velho Chico, já nos deparamos com a inexistência de coletores acessíveis na nossa Orla II? Até quando deveremos carregar o lixo que produzimos nas nossas bolsas, mochilas?

Para finalizar, retomo as orientações da Cartilha de Limpeza Urbana ressaltando que “para enfrentar a situação (ausência de atenção necessária do Poder Público Municipal), administradores e população devem começar a discutir objetivamente o problema, conscientes de suas responsabilidades e de que o bom funcionamento do serviço de limpeza urbana é imprescindível para atingir os objetivos propostos por qualquer programa de saneamento”. Nesse sentido, precisamos intensificar as ações que despertem a população para a importância da participação na limpeza urbana e destinar recursos suficientes para a qualidade na prestação do serviço.

Por menos propaganda de autopromoção e mais iniciativas de sensibilização da sociedade juazeirense!

Tânia Cristina da Silva

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