Elegia às lendas e a estátua do nego Dágua

27 de Mar / 2016 às 18h00 | Espaço do Leitor

Existe um monumento

duramente fabricado aqui

nas sedes ribeirinhas,

que para os conhecidos e desavisados se situa

sentado em cima de uma pedra às margens do Angari,

lá onde as gramíneas apreciam a luz da lua

é lá que qualquer um pode encontrar a colossal estátua seminua.

 

Habilmente esculpido vivo

pelas mãos do mestre Lêdo Ivo

passa os dias estagnado ao sol,

e solitário passa as horas a observar

o tempo dos homens,

suas pontes e travessias

suas vitórias e desgraças

o barulho das feiras

e o semi silêncio das missas

na escuridão das mortas praças.

 

Conta-se à boca-miúda

que a criatura a noite se desperta

e anda,

sua pele escura comanda

as águas do rio e os peixes

que nas profundezas nadam,

é também senhor das muitas

correntes traiçoeiras

o sopradror que faz nascer os redemoinhos

e maretas passageiras,

espectral elemento de silhueta mal forjada

rasga as redes e come as chumbadas

quando não rói as linhas amarradas,

assombra as crianças

e os homens barbados

deixando a marca das unhas

no tornozelo dos afogados.

 

É necessário que se conte

que desde a nascente da fonte,

lá na primeira hora,

das águas cristalinas,

ele está presente,

como está presente nas curvas

das águas da ilha de nossa senhora,

surge ao ocaso nas granduras do Rio grande

e nas finuras do Rio Tocantins,

já estava aqui, mesmo na época do ouro

como também é visto até hoje

nas pedrinhas e nas pedras do Rodeadouro.

 

Ainda não existe uma lenda que diga

que a idílica figura

de escamas ornamentada,

um dia há de levantar-se

do pétreo trono,

onde foi corajosamente pelo artista aprisionada

e finalmente nos explicará sem fina força

e pelo fio de sua meada,

qual é o verdadeiro mito?

Como encerra esta folcloral charada?

"Conta a lenda que o Negro D'água ou Nego D'água vive em diversos rios. Manifestando-se com suas gargalhadas, preto, careca e mãos e pés de pato, o Negro D'água derruba a canoa dos pescadores, se eles se negarem de dar um peixe. Em alguns locais do Brasil, ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e a jogam para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada. Esta é a História bastante comum entre pessoas ribeirinhas, principalmente na Região Centro-Oeste do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já ter o visto. Segundo a Lenda do Negro D'Água, ele costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio. Não se há evidências de como nasceu esta Lenda, o que se sabe é que o Negro D'Água só habita os rios e raramente sai dele, seu objetivo seria como amedrontar as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes dando sustos em pessoas a barco, etc. Suas características são muito peculiares, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um anfíbio. Apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas mistas com pele."(Fonte: http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/negro/)

Lendas & Mitos - Negro d'água - Só História

www.sohistoria.com.br

Negro d'água. Conta a lenda que o Negro D'água ou Nego D'água vive em diversos rios. Manifestando-se com suas gargalhadas, preto, careca e mãos e pés de pato, o ...

È interessante para a universalização da lenda que se fale da grande semelhança do negro dagua brasileiro com o Kappa, o demônio da água japonês, são praticamente idênticos, importante acrescentar que o museu de Miyakonojo, no japão possui um fóssil de braço de um kappa, o que comprova a existência desses seres(?). (N.A)

João Gilberto Guimarães 2016

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