MULHER BRASILEIRA CONQUISTA DIREITO AO VOTO EM 24 DE FEVEREIRO DE 1932

24 de Feb / 2016 às 23h00 | Espaço do Leitor

Há exatamente 84 anos, após muitas lutas, as mulheres conquistaram no Brasil o direito ao voto. Em 24 de fevereiro de 1932 foi efetivado o decreto 21.076, através do Código Eleitoral Provisório, mas, especificamente, somente as mulheres casadas, viúvas e as solteiras que comprovassem renda tiveram o direito de exercer sua cidadania.

Dois anos depois foram excluídas algumas restrições sobre o voto feminino, passando este somente em 1946 a ser obrigatoriedade. No entanto, já em 1927, o Estado do Rio Grande do Norte foi o primeiro a sancionar a Lei que estabelece a igualdade entre homens e mulheres no direito ao voto. Sabe-se que a primeira mulher que votou no Brasil, com a autorização do marido, foi Celina Guimarães Viana, na cidade de Mossoró-RN.

Este preâmbulo é um resgate histórico de como nós mulheres fomos quebrando as barreiras e sendo inseridas no processo de construção política, mesmo em torno de todas as dificuldades. Desde então, outras mulheres foram conquistando esse direito através de suas lutas e causas abraçadas por parte da sociedade. Sabemos que o empoderamento da classe feminina é algo em construção e que ainda é preciso permanecer fiel nessa batalha, muitas ainda sofrem com o processo de exclusão e violência, sendo alvo dos desencontros, envolvendo boa parte das classes sociais.

A mulher de hoje é independente, é dona de casa, mãe, pai; é trabalhadora rural, empresária, política, dona do próprio corpo. A mulher de hoje sabe o que é amor, o sexo, sabe qual é o sentido da vida. Ela tem o direito de ir e vir e sabe o que quer. Chora, mas se levanta, adoece e não para. Está em constante busca dos seus objetivos e ainda é vista de forma preconceituosa, sendo hostilizada, muitas vezes em sua dignidade por ser mulher, atuante, decidida e empoderada.

Para que tenhamos espaços garantidos em todas as extremidades, precisamos também integrar sem medo nossos ideais, no bom sentido da palavra, “dar a cara e o peito” não pra bater, mas para ser escudo de toda corrupção que rouba nossa própria cena. O feminismo é um espaço filosófico, social e político de defesa à igualdade de gênero, é a resistência e empoderamento das mulheres em seu verdadeiro sentido de ser.

Se pensarmos nesse coletivo, certamente, encontraremos razões para nos unirmos cada vez mais em busca de liberdade de expressão, de levantarmos esse desafio em prol de um bem coletivo. Ser mulher é muito mais que ser feminista, ser mulher é perceber que somos iguais uns aos outros, mesmo traçando as nossas diversidades. Acreditar em si é o primeiro passo pra ser mulher, quem nunca tentou ser, não vai saber qual é a dor e a volúpia de ser feliz.

Carla Lorena Pesqueira

Psicóloga

© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.