Empresário é preso no Recife por crimes contra mulheres

11 de Apr / 2024 às 12h40 | Policial

O empresário Rodrigo Carvalheira, foi preso na manhã desta quinta-feira (11), em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ele foi autuado por crimes contra mulheres.

De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), equipes da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher deram cumprimento ao mandado de prisão preventiva em desfavor do empresário, de 34 anos.

"A prisão ocorreu dentro das diligências da investigação de casos de crimes contra mulheres. Mais informações não podem ser fornecidas, pois os casos estão sob segredo de Justiça", destacou a PCPE.

Por meio de nota, o TJPE informou que os casos de violência doméstica e sexual contra a mulher correm em segredo de justiça, visando preservar a intimidade da vítima.

Informou, ainda, que o acesso aos dados está limitado apenas às partes envolvidas e aos seus respectivos advogados/representantes legais.

O empresário foi levado para a Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, na área central da capital, e, em seguida, para o Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, para realizar exame de corpo de delito.

Na saída da delegacia, ele, que estava acompanhado de policiais e da companheira, informou que é inocente e que as denunciantes eram amigas dele. "Acho incrível que está acontecendo isso", declarou.

O empresário foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana. O caso está sob a investigação da delegada Jéssica Ramos.

Segundo informações de um amigo pessoal do acusado e integrante da defesa, que estava na delegacia e preferiu não se identificar, a denúncia aconteceu em novembro de 2023 e, de lá para cá, Rodrigo tentou se apresentar duas vezes, mas não foi atendido pela delegada.

De acordo com a equipe de Rodrigo, a Delegacia da Mulher não aceitou o que foi passado. A defesa alega arbitrariedade no processo.

Ainda segundo o amigo, uma das mulheres que acusaram Carvalheira se recusou a prestar exame de corpo de delito. Ele relata ainda que os policiais abordaram Rodrigo em sua casa, na madrugada desta terça-feira, com metralhadoras. A maneira com que a ação foi prosseguida, para a defesa, foi "desnecessária".

O envolvimento com uma das mulheres que denunciaram Rodrigo teria acontecido em 2009. O nome da mulher não foi revelado, mas, segundo a fonte, ela teria tido relações com o empresário, inclusive postado fotos nas redes sociais, mas que o crime de estupro nunca aconteceu.

Os dois não teriam se envolvido desde então. Quanto às outras denúncias, as informações só devem ser passadas pela advogada do acusado.

O que diz a defesa
A advogada do acusado é Graciele Queiroz, que emitiu uma nota informando que a prisão de Rodrigo Carvalheira causou "espanto e estranheza para todos".

"Os fatos narrados são graves, porém baseados unicamente na opinião da autoridade policial e na coleta de depoimentos. Rodrigo, ao longo dos últimos meses, se colocou à disposição da autoridade policial para prestar esclarecimentos e colaborar com a polícia. Seu objetivo sempre foi provar sua inocência e esclarecer os fatos confusos. Rodrigo pediu para ser ouvido de forma espontânea na delegacia, mas a delegada que preside o inquérito não quis. A defesa técnica de Rodrigo Carvalheira afirma que todos os fatos serão esclarecidos e a inocência de Rodrigo restará provada", diz a nota.

Em entrevista por telefone, a advogada Graciele Queiroz, que também atuou na defesa do caso de estupro envolvendo o jogador Daniel Alves, classificou a prisão de Carvalheira como um "show midiático e político". 

"Isso aqui é meramente uma prisão baseada na fala da suposta vítima. Essa denúncia aconteceu em novembro, por que só agora a prisão do Rodrigo? Eu irei para o Recife e irei provar a inocência do Rodrigo. Isso é uma armação e não passa de um show midiático e político", declarou Graciele.

Segundo a advogada, a denúncia ocorreu em novembro do ano passado, por parte de três mulheres. O envolvimento entre eles aconteceu entre 2006 e 2009, sempre consensual, segundo a defesa. A última vez que eles teriam se visto foi em 2019, sem se relacionar física ou sexualmente. Desde a denúncia, Rodrigo teria se apresentado duas vezes à Delegacia da Mulher, mas não foi ouvido.

"Mesmo assim, a delegada não ouviu Rodrigo. A delegada falou que não ia ouvi-lo porque ela não começou o ato. Ontem (quarta-feira) falei com ela e ela pediu para eu adiantar a apresentação de Rodrigo para o dia 15 de abril, e eu afirmei que não poderia por conta da minha agenda. Sugeri o dia 25, às 14h. Ela recebeu o pedido e afirmou que iria recebê-lo, mas, agora, ele foi preso. Rodrigo estava à disposição e entregou seus celulares para investigação", explicou a advogada do acusado.

Em uma das denúncias, uma das mulheres afirmou que foi violentada por Carvalheira em uma festa. Ela teria sido dopada antes do ato sexual não consensual. A defesa, no entanto, negou as acusações e afirmou que não existem provas contra Rodrigo.

"Não há como provar. As falas delas (acusadoras) são muito fantasiosas. Estamos no século 21, ninguém insere um comprimido na boca de ninguém e ela cai. Pelo amor de Deus, ela vai ter que provar o que está falando", começou a advogada. 

"Essas meninas dizem que foram abusadas, mas houve consentimento. Elas continuaram frequentando a casa do Rodrigo durante meses enquanto se relacionavam. O Rodrigo está com um relacionamento há três anos, sem contato com essas meninas. Eu preciso entender, nesse momento, quais foram os fundamentos da solicitação da prisão do Rodrigo", completou.

Graciele Queiroz, que estava em São Paulo, já está a caminho do Recife. Ela deve chegar por volta das 15h30, e, logo em seguida, dará uma entrevista coletiva para passar mais informações. O local do encontro ainda não foi informado.

Rodrigo Carvalheira foi eleito presidente do antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em Pernambuco, em 2023. O partido se fundiu ao Patriota em novembro de 2023 e se tornou o novo Partido da Renovação Democrática (PRD).

Ele também já atuou como secretário de Turismo de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul do Estado, é dono de restaurante e empreendimentos imobiliários em Pernambuco.

Por meio de nota, a produtora de eventos Carvalheira informou que foi surpreendida com diversas notícias que ligavam a empresa a Rodrigo Carvalheira e negou relação. “Não existe nenhum tipo de relação do empresário com a Carvalheira”, afirmou o sócio Eduardo Carvalheira.

Folha PE

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