Rio de Janeiro: Operação policial contra facção em comunidades deixa suspeitos mortos em confrontos e PMs feridos

27 de Feb / 2024 às 11h12 | Policial

Pelo menos 7 suspeitos morreram em uma operação conjunta das polícias Militar e Civil, nesta terça-feira (27), em comunidades do Rio de Janeiro dominadas pelo Comando Vermelho (CV), a maior facção do tráfico do estado. Dois PMs foram feridos, e 5 homens acabaram presos.

Ao longo da manhã, porém, moradores levavam corpos para fora das favelas. Essas mortes ainda não haviam sido contabilizadas até a última atualização desta reportagem.

A operação afetou milhares de alunos, já que escolas fecharam, e muita gente relatou não poder sair de casa, com medo dos tiroteios. Uma bala perdida foi parar no travesseiro da cama onde uma mulher dormia, no Engenheiro da Rainha.


O g1 apurou que a força-tarefa tenta prender chefes do CV responsáveis pelas recentes disputas por territórios no RJ, sobretudo na Zona Oeste da capital. Um dos alvos é Edgar Alves de Andrade, o Doca.

Agentes das 2 polícias, incluindo os do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tinham ido para as seguintes comunidades:

Complexo da Maré, na Zona Norte;
Complexo do Alemão, na Zona Norte;
Complexo da Penha, na Zona Norte;
Juramento, Juramentinho e Ipase, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte;
Flexal, em Inhaúma, na Zona Norte;
Guaporé, Tinta e Quitungo, em Brás de Pina e Cordovil, na Zona Norte;
Cidade de Deus, na Zona Oeste.
Logo no início da operação, ainda de madrugada, traficantes atearam fogo a barricadas para tentar conter o avanço da PM, e colunas de fumaça podiam ser vistas de longe.

Barricadas em chamas no Complexo da Penha — Foto: Reprodução
Barricadas em chamas no Complexo da Penha — Foto: Reprodução

4 mortes em cerco na Baixada
Ainda na madrugada, a PM fez cercos nessas e em outras favelas, como a Rocinha, a fim de impedir a fuga de criminosos.

Em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, 4 que tentaram sair morreram em confronto com militares do 21º BPM (Meriti).

A PM afirmou que o grupo partiu em um carro roubado do Complexo da Penha com destino à Comunidade Trio de Ouro, no Centro do município. No caminho, foram surpreendidos pela polícia e revidaram atirando.

Os suspeitos foram levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jardim Íris, mas não resistiram. Dois deles foram identificados como Tomate e Gato, atuantes no Complexo do Chapadão e no Gogó da Ema, ambos em Costa Barros.

Com eles, foram apreendidos 2 fuzis calibre 7.62, 4 carregadores, 2 radiocomunicadores e 1 capa de colete balístico, além do carro roubado.


A PM informou ainda que, na Flexal, 4 criminosos foram atingidos em confronto, dos quais 3 morreram, e 2 pistolas foram apreendidas.

Na Nova Brasília, no Alemão, criminosos armados atiraram contra o Bope, e houve confronto. Três suspeitos foram atingidos e socorridos. Três fuzis, 8 carregadores de fuzis, 3 rádios comunicadores e munição foram apreendidos.


No Quitungo, 2 adolescentes foram apreendidos com rádios comunicadores e droga por equipes do 16º BPM (Olaria).

Na Av. Brás de Pina, também segundo a PM, “criminosos armados em um carro atiraram contra policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Vila Cruzeiro, gerando confronto”. Os bandidos fugiram a pé, e os policiais apreenderam no veículo 31 tabletes de maconha prensada e uma pistola.

Policiais feridos
No Complexo da Penha, 1 policial do Batalhão de Choque foi atingido no braço e levado para o Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio. O estado de saúde do militar era estável até a última atualização desta reportagem.

Um policial do 3º BPM (Méier) foi ferido por estilhaços durante as ações. O militar foi atendido no Hospital Municipal Salgado Filho, e seu quadro era estável.

A Secretaria Municipal de Educação informou que, na região do Complexo da Maré, 24 unidades escolares foram impactadas pelas operações policiais em curso na área, afetando 8.140 alunos.

No Complexo da Penha, 16 escolas foram impactadas, afetando 4.894 alunos.

No Complexo do Alemão, 20 unidades escolares foram impactadas, afetando 7.185 alunos.

No Morro do Trem, 2 escolas foram impactadas, afetando 342 alunos.

Na rede estadual, 2 colégios não abriram no Alemão, e 2, na Maré. O governo não informou quantos estudantes foram afetados.

G1 RJ

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