Avó de menina morta em ataque a creche desabafa antes de júri: 'Saudades e condenados são todas as famílias que perderam filhos'

09 de Aug / 2023 às 19h30 | Variadas

A proximidade do júri popular do acusado de matar três crianças e duas professoras em uma creche em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, causa angústia em Risolete Fernandes de Barros. Ela é avó de Anna Bela Fernandes de Barros, uma das vítimas que foram mortas naquele maio de 2021.

"Os únicos condenados são todas as famílias que perderam alguém naquele dia", lamentou a avó.

Ela acompanha o processo desde o início, mas não deve ir ao julgamento, que está marcado para começar às 8h30 desta quarta-feira (9) no fórum de Pinhalzinho, cidade vizinha a Saudades.

A neta e segunda filha dos pais de Anna acabou de nascer e isso dificulta o deslocamento da família até o salão do júri. O casal se mudou para Florianópolis, a quase 600 quilômetros de Saudades, após o ataque.

Risolete disse que o filho não consegue falar sobre o assunto, mesmo passados dois anos. Já a nora chora ao pensar no que aconteceu e tem sentido angústia nos últimos dias, por causa proximidade do julgamento.

"Quanto ao júri, para nós vai ser um alívio, já que uma parte vai ser concluída. Que o Ministério Público apresente tudo que aconteceu naquela manhã e o Tribunal de Justiça haja com sabedoria. Nós, famílias, estamos sofrendo. Imagina os pais como é que estão", declarou a avó.

A previsão do Poder Judiciário é que o júri popular se estenda por pelo menos dois dias. Familiares e o público poderão acompanhar.

O acusado está preso preventivamente desde o dia do ataque. Ele responde por cinco homicídios e 14 tentativas de homicídio contra crianças e funcionários que estavam na creche. Além das mortes, ele também feriu um menino, na época com 2 anos, que sobreviveu.

O advogado Demetryus Eugenio Grapiglia, responsável pela defesa do autor do ataque, disse à NSC que a expectativa é de que o júri acolha as informações apresentadas, para que possa decidir pela condenação ou não.

Três crianças e duas funcionárias morreram no ataque a creche:

Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, era professora e dava aulas na unidade há cerca de 10 anos
Mirla Renner, de 20 anos, era agente educacional na escola
Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses
Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses
Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.

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