Conselho Estadual de Saúde Defende que recursos financeiros sejam investidos numa estrutura de saúde pública de caráter permanente

A cirurgia eletiva é uma cirurgia programada que não é considerada de urgência. Algumas das cirurgias ofertadas são: hernioplastias, colecistectomia, histerectomia, miomectomia, laqueadura, cirurgia de catarata, amigdalectomia, ressecção endoscópica de próstata, tratamento cirúrgico de varizes, dentre outras.

As Feiras de Saúde e Mutirões de Cirurgia Eletiva não podem ser as únicas estratégias de cuidado para a população. Para o Conselho Estadual de Saúde os recursos investidos nessas ações devem ser redirecionados diretamente para o fortalecimento da atenção básica e na atenção especializada, respectivamente, através de uma estrutura física de caráter permanente - Hospital Espanhol - aproveitando a capacidade instalada, o hospital dispõe de 253 leitos, além de salas de cirurgia.

De acordo com o presidente do CES-BA, Marcos Sampaio, é preciso que esses recursos sejam destinados para uma estrutura de saúde pública de caráter permanente para atender a necessidade da sociedade. "O Mutirão é uma ação emergencial e precisa ser promovido em paralelo com uma atividade realizada de forma permanente. Parte desse recurso precisa ser investido em uma estrutura física para realização de cirurgias eletivas durante o ano inteiro", afirma.

O CES-BA compreende que as Feiras de Saúde e os Mutirões de Cirurgias Eletivas atuam de forma pontual, ou seja, por um curto período de tempo e de forma fragmentada, rompendo com a lógica de integralidade do cuidado. Além disso, entendo que a Pandemia de Covid-19 ampliou a demanda reprimida para o cuidado com o aporte da atenção especializada, assim como usuários do SUS elegíveis para realização de cirurgias eletivas.

De acordo com dados da Sesab as filas para realização de cirurgias eletivas na Bahia possuem uma alta demanda. A secretaria tem adotado a realização de mutirão de cirurgias eletivas como uma das estratégias para tentar diminuir a fila. Segundo informação da própria secretaria, o Ministério da Saúde destinou mais de R$ 42 milhões do Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas para a Bahia. Sendo que a Secretaria da Saúde do Estado (SESAB) executará cerca de R$ 27,7 milhões do total destinado ao estado, sendo assim responsável pela realização de procedimentos cirúrgicos em 381 dos 417 municípios. Segundo a SESAB, o acesso dos pacientes aos procedimentos elencados no Programa se dá a partir do cadastro Sistema Lista Única, através da Central Estadual de Regulação.

Importante salientar que a fila de espera em 2022 para realizar cirurgia eletiva era de um pouco mais de 79.000 mil cirurgias. Atualmente a fila está conta com cerca de 79.806 mil pessoas que aguardam por cirurgia, de acordo com informações da Central de Regulação do Estado da Bahia.