Semiárido: Pesquisadores desenvolvem tecnologia de reúso da água do esgoto para irrigação

19 de Apr / 2023 às 12h30 | Variadas

Pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), desenvolveram uma solução para a falta de água e de saneamento básico e nas áreas rurais do Semiárido brasileiro. Por meio da tecnologia de Saneamento Ambiental e Reúso de Água (SARA), o esgoto é transformado em água para ser usada na irrigação na agricultura familiar.

A tecnologia SARA consiste em um processo de tratamento de esgoto em três etapas. Na primeira etapa, é feita a sedimentação de solos pesados. A segunda etapa, biológica, é a degradação da matéria por meio de bactérias em reator anaeróbio. Na terceira, é feita a remoção de patógenos de microrganismos em lagoas de desinfecção. O processo elimina 99,99% dos patógenos e conserva os nutrientes da água, deixando o líquido pronto irrigar as plantações.

De acordo como o pesquisador de Recursos Hídricos do INSA/MCTI, Mateus Mayer, o tempo de tratamento necessário para que a água esteja pronta para o reúso varia entre cinco a sete dias. “Nenhum produto químico é colocado no esgoto. O sistema trata os detritos de forma natural. Existem três escalas de Tecnologia SARA. A familiar ou unifamiliar é destinada para até dez pessoas na zona rural, com capacidade para tratar até 1 mil litros de esgoto por dia. A escolar comporta 10 mil litros para 150 alunos, e a comunitária para até 120 pessoas”, explica.

Cada Tecnologia SARA implantada tem custo em torno de R$ 10 mil, e o valor varia de acordo com tipo e escala. Pelo menos oito estados do Semiárido brasileiro receberam o sistema: Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

De acordo com a diretora do INSA/MCTI, Mônica Tejo, o impacto do projeto no Semiárido é direto. “A água é o maior bem, e com a implantação estamos dando dignidade às pessoas para que possam ter produção de alimentos, diminuição de problemas de saúde pública por meio do uso de efluentes e também o impacto positivo sobre ações climáticas”, frisa.

INSA/MCTI

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