Pesquisas desenvolvidas nos Laboratórios Multiusuários do HU-Univasf/Ebserh revelam resultados inéditos sobre evolução da Covid em pacientes

29 de Nov / 2022 às 07h00 | Variadas

Duas pesquisas desenvolvidas na estrutura dos Laboratórios Multiusuários de Pesquisa (Lamupe) do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf/Ebserh) revelaram achados científicos inéditos relacionados à internação de pacientes acometidos pela Covid-19.

Os trabalhos contribuem para a elucidação de mecanismos envolvidos com a fisiopatologia do vírus SARS-CoV-2, com base em análises feitas na UTI Covid do HU e em um hospital de campanha do município de Petrolina-PE.

Os resultados foram divulgados pelo GPDIN (Grupo de Pesquisas em Doenças Infecciosas e Negligenciadas) em periódicos internacionais e servirão para aprimorar condutas clínicas durante o tratamento dos pacientes. O coordenador do grupo e professor do colegiado de Ciências Farmacêuticas da Univasf, Rodrigo Feliciano do Carmo, detalha o processo de desenvolvimento dos estudos:

Do que tratam os estudos e quais os objetivos associados?

R: Nosso grupo de pesquisas, o GPDIN, tem desenvolvido trabalhos com o objetivo de identificar marcadores genéticos associados ao risco de gravidade e óbito pela Covid-19.

O estudo intitulado Association of polymorphisms in long pentraxin 3 and its plasma levels with COVID-19 severity, publicado na revista científica Clinical and Experimental Medicine, no mês de outubro, foi desenvolvido pela discente do Programa de Pós-Graduação em Biocências da Univasf, Thiala Alves Feitosa, e teve como objetivo avaliar a associação de uma mutação em uma proteína chamada PTX3, envolvida com o processo inflamatório e com o risco de intubação.

Já o outro trabalho mais recente, publicado na revista internacional Viruses, com o título A Polymorphism in the TMPRSS2 Gene Increases the Risk of Death in Older Patients Hospitalized with COVID-19, foi desenvolvido pela discente Clara Caldeira, também vinculada à Pós-Graduação em Biociências. O trabalho teve como objetivo verificar a associação de uma mutação no gene TMPRSS2, uma proteína envolvida com a entrada do SARS-CoV-2 na célula hospedeira, com o risco de morte por Covid em pacientes hospitalizados.

Qual a metodologia empregada nas pesquisas?

R: Ambos os estudos envolveram pacientes com Covid-19, internados na UTI Covid do HU-Univasf e no Hospital de Campanha da Prefeitura de Petrolina, no período de agosto de 2020 a julho de 2021. Os pacientes foram acompanhados desde a entrada nas unidades até o desfecho dos casos, por recuperação ou óbito. As amostras de DNA dos pacientes foram submetidas a uma técnica de PCR para detecção de mutações nos genes estudados e verificar a associação com o desfecho ou risco de intubação.

Quantos estudantes e profissionais estiveram envolvidos?

R: O GPDIN é formado por uma equipe interdisciplinar, envolvendo biólogos, médicos, biomédicos, enfermeiros, fisioterapeutas e estudantes de graduação e pós-graduação da Univasf.

Qual a relevância dos achados e contribuição para a ciência?

R: Os achados dos nossos estudos fornecem subsídios para uma possível utilização dessas mutações como biomarcadores de gravidade e desfecho da Covid-19. Esses exames, no futuro, podem ser utilizados para identificar precocemente grupos de pacientes com maior risco de evoluírem para um desfecho desfavorável, contribuindo para auxiliar o corpo clínico na tomada de decisões, incluindo a administração de novas drogas antivirais para esses grupos de maior risco.

De que maneira os ambientes do HU-Univasf favoreceram as pesquisas?

R: O HU-Univasf/Ebserh tem sido um parceiro fundamental para o desenvolvimento das pesquisas do nosso grupo, seja por meio do suporte de infraestrutura atualmente disponível no Lamupe, onde essas pesquisas têm sido desenvolvidas, como também pelo apoio institucional que foi fornecido durante o funcionamento da UTI Covid.

Como os resultados estão sendo compartilhados?

R: Além das recentes publicações para a comunidade científica em revistas científicas internacionais, os resultados dos estudos têm sido divulgados de maneira mais acessível por meio das redes sociais (@gpdin_), e também com apoio da imprensa, a exemplo de programas de rádio e de televisão.

Ascom Univasf Foto Divulgação

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