CBF intensifica campanha para desvincular camisa da seleção brasileira da política

14 de Nov / 2022 às 14h30 | Variadas

Desde o início desse mês de novembro que Confederação Brasileira de Futebol (CBF) exibe uma peça publicitária exaltando o amor à camisa da seleção - uma campanha visando separar o uniforme do cenário político nacional.

O material, que pode ter passado batido em meio às expectativas da convocação, conta com imagens de brasileiros vestindo a camisa verde-amarela ao som de um rap com trechos da música “Tão Bem”, de Lulu Santos.

Através da campanha batizada “Energia”, a CBF busca dar o primeiro passo para desvincular a camisa e o cenário político do país, e despertar novamente a paixão do torcedor pelo Brasil e a união em prol da busca pelo hexa, associando o refrão “Ela me faz tão bem” ao manto verde-amarelo.

Nos últimos anos, a tradicional camisa da seleção brasileira se tornou símbolo dos grupos políticos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Para os demais torcedores que não o apoiam, o uso partidário do padrão gerou um afastamento da camisa e da equipe.

"Nas pesquisas que vinham sendo feitas sobre a Seleção e a Copa, até o resultado da eleição, mostravam que havia a diminuição da identificação da população com a Seleção. Então, um projeto comercial como o da CBF tem que se desvincular de qualquer identidade ideológica. É uma leitura de imagem, de comércio, que percebe que o uso de sua camiseta contaminou a relação que sempre existiu com os brasileiros. Uma marca nacionalizada e muito popular sofre queda se continuar nesta toada", explicou o cientista político Rudá Ricci. 

O objetivo da CBF era iniciar a campanha o quanto antes, mas entenderam que a espera pelo fim do processo eleitoral era essencial para resgatar o uniforme como um símbolo da seleção brasileira de futebol. A entidade buscou se distanciar de manifestações políticas, preservando sua imagem e da equipe.

O desafio de proteger o time de antipatias devido a política acabou sendo ainda maior após o posicionamento de Neymar em apoio a Bolsonaro, prometendo até mesmo comemorar um gol com uma homenagem ao presidente.

Na visão do cientista político formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a CBF deverá se movimentar para proibir qualquer ato político dos jogadores durante o Mundial. "A postura do Neymar e outros atletas pioraram essa situação. Imagino que vai ter toda uma orientação para nenhum jogador dar declaração neste sentido. Eles (CBF) estão corretos, no ponto de vista do negócio", pontuou. 

Correio Braziliense Foto Ilustrativa

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