Lula promete boa relação com estados e parlamento: "Até com quem me odeia"

13 de Oct / 2022 às 19h00 | Eleições

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu nesta quinta-feira (13/10) que terá boas relações com os governadores e parlamentares caso seja eleito em 30 de outubro. "Até com quem me odeia", disse o petista. Em Aracaju, Sergipe, o candidato afirmou ainda que a relação com os estados não é de amizade, mas entre entes federativos.

"Na relação de Estado para estado, todos serão tratados bem. Até quem me odeia, até quem fala que não gosta de mim, não tem problema. Não quero casar com o governador, quero governar e ajudar a tratar bem o povo dele", respondeu Lula, em coletiva de imprensa antes de realizar uma caminhada com apoiadores por Aracaju. "A gente não pergunta nunca de que partido é o governo. Isso não é uma pergunta que o presidente da República faz. Ele pergunta se o problema existe, e ele precisa governar para o povo, e não para o governador", acrescentou. 

Já sobre a composição do Congresso Nacional, Lula disse que não conhece os 44% de parlamentares que entraram agora, citando a taxa de renovação nas eleições deste ano. "Quando for conversar com os deputados, eu vou conversar independentemente do partido que ele pertence, com respeito à votação que ele teve. Um cara de direita, o voto dele não é inferior ao de alguém de esquerda", afirmou.

Combate à fome será "prioridade zero"

Na entrevista, o petista também foi questionado sobre qual será sua prioridade caso eleito. "A prioridade máxima chega a ser prioridade zero, de tão rápido, que é combater a fome. Não tem explicação científica, econômica, para o terceiro maior produtor de alimento do mundo, do primeiro maior produtor de proteína animal do mundo, não ter comida suficiente", respondeu o ex-presidente, após ser questionado sobre qual será a prioridade de seu possível governo.

"Nós temos que colocar em prática um conjunto de políticas. Uma delas é gerar emprego imediatamente. Renegociar a dívida de 80 milhões de pessoas nesse país. Nós temos praticamente 80% das pessoas endividadas, com uma dívida de no máximo R$ 4 mil, e que as pessoas não podem pagar mais", emendou Lula. A proposta é um dos carros-chefe de Ciro Gomes (PDT), que disputou a Presidência da República no primeiro turno.

Lula prometeu ainda que aumentará o salário mínimo acima da inflação todos os anos, e disse não ver sentido no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se o aumento não for repassado à população. Ele também criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, nesse ponto. "Faz quatro anos que o salário mínimo não é reajustado. Até a merenda escolar, R$ 0,36 é a parte que toca o governo federal. O que dá para comer com R$ 0,36? Essa desumanidade é o que nós queremos que deixe o cargo para que os brasileiros assumam a Presidência da República", pontuou.

Correio Braziliense / foto: reprodução/site Lula

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