Juazeiro e Petrolina: recenseadores, responsáveis por obter os dados dos cidadãos em entrevistas reclamam falta de pagamento do IBGE

24 de Aug / 2022 às 08h30 | Variadas

A REDEGN obteve a informação que os recenseadores que estão prestando serviço para o IBGE estão insatisfeitos com as condições de trabalho e atraso de pagamentos.  O Censo Demográfico do IBGE de 2022 mal começou e os recenseadores, responsáveis por obter os dados dos cidadãos em entrevistas por toda a Bahia, já relatam problemas.

Desde o dia 1º agosto, quando a pesquisa começou, os trabalhadores afirmam lidar com situações inesperadas como o não pagamento referente ao auxílio treinamento,  coletas, a ausência do auxílio-transporte para locomoção e até o pagamento valores abaixo do que era esperado. Além disso, há questionamentos sobre a segurança do trabalho. 

No último domingo (21), a União dos Recenseadores de Salvador promoveu uma assembleia online para tratar dos problemas que serão apresentados formalmente para o instituto. Caso não obtenha uma solução, a entidade cogita até uma greve dos profissionais, o que poderia parar o Censo. Pelo menos, é o que garante Lucas Ferreira, representante do grupo.

“Fizemos uma primeira reunião de acolhimento [das reclamações]. Essa semana vamos comunicar o IBGE e dar tempo para que se pronuncie. Caso não haja uma resposta, a ideia é parar e não só Salvador, mas o Brasil como um todo. Porém, como o movimento começa aqui, as primeiras ações serão tomadas na cidade”, diz ele, relatando que colegas de todo o país relatam problemas similares.

O Superintendente do IBGE na Bahia, André Urpia diz que a possibilidade do instituto estar em atraso é baixa. De acordo com ele, a partir do momento que o recenseador completa a coleta em um setor, o pagamento não é automático e há um período para análise do trabalho. “Existe uma supervisão que pode demorar até 15 dias para o efetivo pagamento. O trabalho feito é observado por um supervisor com base em uma sistemática, e isso leva tempo. Estamos no dia 20 e [o IBGE] só poderia estar atrasado caso o trabalho fosse entregue no dia 5", explica Urpia.

Outra reclamação dos recenseadores é quanto ao auxílio-transporte. 

TREINAMENTO: Antes de irem para a rua e começarem o trabalho de pesquisa, os recenseadores de todo o país tiveram que passar por um treinamento. Para realizá-lo, receberam uma ajuda de custo de R$ 200. Ou pelo menos deveriam receber. Cerca de 600 recenseadores ainda não foram pagos com esse valor no estado devido a problemas no sistema do IBGE.

Mariana Viveiros, coordenadora de divulgação do Censo 2022 na Bahia, explica que os atrasos não ocorrem por conta de falta de verba e, sim, por questões operacionais que impediram o pagamento desses recenseadores.

“Quando eles saem do treinamento, recebem uma ajuda de custo, mas tivemos um problema no sistema do IBGE que atrasou esses pagamentos. Os mais afetados foram aqueles que fizeram o treinamento no mês de julho”, afirma.

Outro problema que teria favorecido o não pagamento da ajuda de custo é o cadastramento de alguns recenseadores, de acordo com a coordenadora.

“Os erros de cadastro também não foram irrelevantes. As pessoas deram, às vezes, a conta errada ou insistiram em fornecer uma conta poupança, que não recebe”. O pagamento pelos serviços prestados no Censo só é feito através de conta corrente.

Mariana Viveiros ressalta que o instituto está realizando um esforço para que os valores sejam pagos o mais rápido possível, o que deve acontecer ainda este mês.
 

Redação redeGN Foto Ilustrativa agencia brasil

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