Familiares de homem morto por causa de descarte de lixo na Bahia protestam e cobram justiça

11 de Aug / 2022 às 09h30 | Variadas

Familiares e amigos do homem que foi morto a tiros após um desentendimento por causa do descarte de lixo no terreno de um colégio particular em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, fizeram um protesto na manhã desta quinta-feira (11) e cobraram punição ao autor do crime.

O ajudante de depósito Jamily Silva Reis, de 33 anos, foi baleado na terça-feira (9), e a família acusa o segurança da escola de ter efetuado o disparo.

“Isso é uma covardia. O rapaz era trabalhador. O que vai ser dessa criança quando crescer e perguntar ‘cadê meu pai’? Isso não se faz! Por causa de um lixo tirar a vida de um cara? Isso dói no peito da gente”, disse um amigo da vítima.

O crime aconteceu em uma área atrás do colégio, onde é feito o descarte de resíduos. O irmão de Jamily colocou o lixo no local e foi abordado por um dos seguranças do colégio, que pediu para ele retirar o material.

Jamily saiu de casa e foi ao terreno retirar o lixo, quando, segundo os familiares, o segurança atirou na vítima.

Mônica Reis, diretora do colégio, disse que o crime não foi cometido por um vigilante da unidade. Ela negou que a escola tenha segurança armada e acrescentou que o porteiro apontado pelas pessoas como autor do disparo também é morador da comunidade e trabalha no local há 20 anos.

“Nosso porteiro estava com a gente no horário do acontecido. Temos filmagens que mostram que ele estava aqui. Era horário de saída dos alunos e ele estava trabalhando. Nós não temos segurança armada na escola. Em nenhum momento nós compactuamos com violência e agressividade. Queremos que isso seja esclarecido o mais rápido possível", comentou a gestora.

Mônica disse que vai levar as imagens da câmera de segurança à delegacia, para que ajude a Polícia Civil na identificação dos suspeitos. O caso é investigado pela Delegacia Territorial (DT) de Itinga.

CRIME: O homicídio aconteceu em um terreno do Colégio Mirim, uma instituição particular que fica em Itinga, na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. A vítima deixou dois filhos, um de 17 anos e outro de três meses.

O colégio se posicionou sobre o caso e disse que os funcionários da unidade não trabalham armados. 

Segundo a mãe da vítima, Juciara Silva Reis, quem colocou o lixo na porta da escola foi o irmão de Jamily Reis. "Ele [Jamily] veio almoçar, aí o irmão botou o lixo na porta da escola. Aí o menino [segurança] pegou a arma e disse que se o irmão não tirasse ia atirar na perna dele. Aí ele [Jamily] tirou o lixo [da porta da escola] e botou lá na porta [de casa]", disse.

O crime, no entanto, ocorreu no fim da tarde de terça-feira, quando o ajudante de depósito voltava do trabalho acompanhado do irmão.

"O irmão [de Jamily estava] na frente e ele atrás. Um carro branco com cinco pessoas [parou perto deles], um [homem] desceu e deu quase cinco tiros [na direção dos irmãos]", explicou Juciara.
Ainda segundo a mãe da vítima, o irmão de Jamily não foi baleado porque correu. Ela também afirmou que ele teria visto o segurança da escola dentro do veículo.

A Polícia Militar informou que agentes da 81ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) foram acionados pelo Centro Integrado de Comunicação (Cicom), da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), com a informação de que um homem havia sido baleado na Rua Fazendão, Jardim Metrópole, no bairro de Itinga.

No local, a equipe encontrou a vítima e prestou socorro, juntamente com a família, para o Hospital Geral Menandro de Faria. No entanto, Jamily Reis não resistiu aos ferimentos.

NOTA COLÉGIO: Em nota, o Colégio Mirim informou que, há 30 anos, tem o propósito de oferecer a melhor educação acessível e de qualidade para as crianças e jovens da comunidade de Itinga e do seu entorno. Afirmou também que não trabalha com equipe armada.

De acordo com o colégio, dentre os colaboradores que prestam serviços à escola, estão porteiros que auxiliam no acesso dos pais, alunos e colaboradores às dependências da instituição.

A escola afirmou que tem desenvolvido um trabalho de conscientização social e ambiental com alunos e a comunidade, para que o terreno vizinho não se torne um foco de transmissão de doenças, como a dengue, zika e chikungunya.

Durante o crime, os porteiros, de acordo com o Colégio Mirim, estavam em horário de expediente dentro da escola. A unidade não possui qualquer tipo de relacionamento com as pessoas que executaram a ação.

O Colégio Mirim afirmou ainda que repudia qualquer ato de violência e está à disposição da polícia para fornecer as imagens das câmeras de segurança e para prestar qualquer esclarecimento que seja necessário.

G1 Bahia

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