Lula e Bolsonaro têm responsabilidade de promover a paz no país, diz Pacheco

11 de Jul / 2022 às 18h19 | Política

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lamentou, nesta segunda-feira (11), a morte do petista Marcelo Arruda, guarda municipal que fazia uma festa com temática do PT e teve o evento invadido por um agente penitenciário federal. Após discussão, ambos foram baleados em troca de tiros.

Para Pacheco, líderes políticos mais “expressivos” devem promover a paz para desencorajar atos de violência impulsionados por ideologias políticas.

“Responsabilidade dos líderes políticos, principalmente os que disputam eleição, e que tem debaixo de si uma grande militância política e adeptos no Brasil todo. E me refiro ao presidente Bolsonaro e ao presidente Lula, a responsabilidade desses líderes políticos de provocar um pouco de paz nesse país, que se faça uma votação com discussão de ideias, com discussão de propostas”, disse o presidente do Senado.

Pacheco considera o crime uma “barbaridade” que reflete o momento político atual.

“Essa barbaridade que aconteceu e tirou a vida de um pai de família em plena festa de aniversário, de fato são cenas repugnantes, chocantes, expressão pura, infelizmente, do momento político de muito ódio e intolerância. As pessoas estão se matando por motivo ideológico e politico, isso é inaceitável”, disse.

A consciência do cidadão, a consciência dos líderes políticos e atuação “muito severa” das forças de segurança são pilares necessários para solucionar atos violentos e antidemocráticos, segundo Pacheco.

“Estamos vivendo tempo medieval em tempos modernos de rede social, e isso é muito ruim porque potencializa esse aspecto medieval que ninguém quer na democracia do nosso país”, finalizou o presidente do Senado.

O caso

O guarda municipal Marcelo Arruda teve a festa de aniversário invadida pelo agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho na noite deste sábado (9). Arruda é membro da diretiva do PT em Foz do Iguaçu e tinha a decoração da festa de comemoração dos seus 50 anos em homenagem a Lula e ao PT.

Segundo relatos de quem estava presente, Guaranho foi até o local gritando o nome do presidente Jair Bolsonaro. Foi pedido que ele deixasse o local e ele avisou que voltaria. Arruda então foi até seu carro e pegou sua arma. Cerca de 20 minutos depois, Guaranho voltou e atirou em Arruda, que conseguiu revidar e atirar nele também. O aniversariante morreu, enquanto Guaranho foi encaminhado ao hospital em estado grave.

“O Guarda Municipal não gostou do que ele teria dito, pegou uns pedregulhos e arremessou contra o motorista do veiculo, ele saiu do local dizendo que ia voltar, quando ele retornou aconteceu toda a tragédia”, explicou a delegada em coletiva de imprensa, na tarde deste sábado.

“Ele não era convidado da festa, estamos verificando porque ele foi ate o local e porque estava ouvindo músicas que remetiam a Bolsonaro. Uma testemunha disse que ele falou: aqui é Bolsonaro”, disse a delegada.

A motivação do crime está sendo investigada pela polícia. “Vamos ouvir a esposa do Guarda Municipal, a esposa do agente penal e todos os indivíduos que estavam na festa”, afirmou Iane Cardoso no domingo (10).

CNN / foto: Roque de Sá/Agência Senado

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