Preços cobrados no estacionamento para Missa do Vaqueiro de Serrita são motivos de reclamações

05 de Jul / 2022 às 21h00 | Variadas

Luiz Gonzaga, Rei do Baião, um dos idealizadores da Missa do Vaqueiro de Serrita, Pernambuco, em meados de 1975 já declarava "desgosto com os rumos da programação e exploração mercantilista, visão comercial que estavam invadindo as tradições da missa, fundada também pelo Padre João Cancio e o poeta cantador Pedro Bandeira".

A música  "A morte do vaqueiro", interpretada por Luiz Gonzaga é uma homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó. Os preços exorbintantes vão contra o sentimento de Luiz Gonzaga e Padre João Cancio. Em vida, padre João Câncio e Luiz Gonzaga denunciaram e usaram a voz contra a pobreza e as injustiças cometidas contra os sertanejos. 

Neste ano de 2022, a edição 52 anos da Missa do Vaqueiro de Serrita "vivência mais um capítulo dessa vez os preços exorbitantes que serão cobrados no estacionamento do Parque Estadual do Vaqueiro Padre João Câncio".

Nas redes sociais os preços das diárias que vão custar entre R$ 60,00 e R$ 250,00 ganharam repercussão e reclamações. Durante a realização da festa que acontece entre os dias 20 e 24 de julho para se ter uma idéia 4 diárias para estacionar ônibus vai custar R$ 1.000,00.

No início do mês de junho, o jornalista Jamildo Melo, já havia informado que prestes a realizar sua edição de 2022, a Missa do Vaqueiro se tornou um campo de disputas. Isso porque, para este ano, a Prefeitura de Serrita quer 'tomar o evento' para si, gerando atritos com a Fundação Padre João Câncio.

Neste ano, realiza-se a 52° da Missa do Vaqueiro de Serrita, marcando o retorno da tradicional cerimônia após um hiato de dois anos, causado pela pandemia de covid-19 no Brasil. Trata-se de um dos eventos mais tradicionais do Sertão.

Mas a disputa pela 'paternidade' do evento vem causando dor de cabeça e incertezas. O prefeito de Serrita, Aleudo Benedito (MDB-PE), colocou sob a alçada da gestão municipal a programação do evento, tradicionalmente mantido e realizado pela Fundação Padre João Câncio.

"Um flagrante desrespeito àqueles que historicamente procuraram manter a lealdade aos princípios da boa informação sobre o evento", classificou Helena Câncio.

Para a REDEGN, Helena Cancio considerou um "absurdo essa situação". De acordo com ela a Missa do Vaqueiro é uma festa popular. "Com as crises que vivemos isso beira a falta de bom senso".

A REDEGN também tentou contato com a Prefeitura de Serrita, mas os telefonemas não foram respondidos. O espaço segue aberto, caso a gestão municipal decida se pronunciar.

Redação redeGN Foto Redes Sociais

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