Ministério Público do Rio Grande do Norte pede que cachês dos cantores, que somam R$ 1 milhão, sejam destinados à Educação

02 de Jun / 2022 às 22h00 | Variadas

O Ministério Público do Rio Grande do Norte entrou com um pedido na Justiça para que sejam cancelados os shows de Wesley Safadão e Xand Avião em Mossoró, marcados para as próximas semanas, durante uma celebração junina paga pela prefeitura. 

Segundo a Folha de S. Paulo, o MPRN pede que os cachês dos cantores, que somam R$ 1 milhão, sejam destinados à Educação, para que a prefeitura possa contratar profissionais para atender aos alunos com deficiência da rede pública de ensino do município.

O pedido foi feito nesta terça-feira (31/5), por uma ação civil pública. A solicitação ocorre em meio a uma polêmica em torno de cachês milionários pagos por prefeituras de todo o Brasil a cantores sertanejos. Gusttavo Lima é o pivô da discussão, com três shows investigados pelo MP em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Roraima.

Wesley Safadão cobrou R$ 600 mil da Prefeitura de Mossoró para o show, marcado para o dia 9. Já Xand Avião, que deverá se apresentar no dia 16, tem um cachê de R$ 400 mil.

A assessoria de imprensa de Wesley Safadão afirma que está analisando o caso. Já a Prefeitura de Mossoró afirmou, em nota, que 365 estagiários são contratados para auxiliar alunos com deficiência na rede municipal de ensino e que o investimento destinado à educação este ano equivale a 30% das receitas do município, acima dos 25% mínimos exigidos pela Constituição.

Afirmam ainda que "se mantém aberta ao diálogo com o MP para todas as tratativas necessárias". "Confiamos irrestritamente na Justiça e acreditamos que tudo será esclarecido e demonstrado que o processo aconteceu dentro da legalidade", diz a nota.

"Não há o que festejar quando há crianças sem aulas. Não é devido pagar altos cachês a artistas de fama nacional se faltam recursos para contratar professores auxiliares e profissionais de apoio, adotando soluções temporárias, ineficientes e incapazes de garantir a educação de qualidade. Mossoró vive um impasse que já dura muitos anos. Uma festa não é a resposta para os problemas crônicos da administração pública", argumentou Olegário Gomes, promotor de Justiça do RN.

Correio Braziliense

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