Em visita a Juazeiro, ACM Neto faz críticas à gestão do PT, fala de alianças regionais, apresenta propostas e se posiciona sobre eleição à presidência

29 de Apr / 2022 às 20h07 | Política

O pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto, do União Brasil, cumpriu agenda, nesta sexta-feira (29), na região norte da Bahia. Após passagem pela cidade de Curaçá, o ex-prefeito de Salvador esteve visitando a cidade de Juazeiro pela tarde, onde, entre os compromissos, participou de uma coletiva de imprensa.

ACM Neto visitou uma comunidade na zona rural de Juazeiro e realizou uma visita a Fundação Lar Feliz para conhecer de perto o grande trabalho desenvolvido pela entidade em pról de crianças e famílias carentes, com assistência educacional, de saúde e alimentar a mais de 500 crianças diariamente. Posteriormente, o pré-candidato atendeu a imprensa san franciscana, em uma coletiva.

Em seu discurso, ACM teceu fortes críticas não somente ao atual governador, Rui Costa, como também ao seu antecessor, Jaques Wagner, ao fazer análises sobre os 16 anos do Partido dos Trabalhadores (PT) à frente do Governo da Bahia. O pre-candidato falou sobre temas como educação, saúde, combate à pobreza e segurança pública.

Já no que diz respeito às eleições de 2022, citou sobre a importância da parceiria com a prefeita de Juazeiro, Suzana Ramos, e outras liderenças regionais, bem como comentou sobre sua posição em relação a possíveis apoios a presidenciáveis. Indagado sobre quem deve compor sua chapa, ACM desconversou, e reiterou apenas que "há muito o que conversar" e que "no momento certo será anunciado".

Confira alguns pontos da coletiva de imprensa com ACM Neto.

EDUCAÇÃO

"O legado deixado (pelo PT) na educação, infelizmente, colocou a Bahia no último lugar na avaliação do IDEB do ensino médio do país. É uma vergonha, uma situação inaceitável. A responsabilidade do ensino médio é fundamentalmente do Estado e a ausência de uma articulação maior estadual, inclusive de um trabalho coordenado entre governo e prefeituras, traz, como consequência, a baixa qualidade do ensino na educação fundamental. Para virar esse jogo, é impossível conseguir bons resultados, sem contar com o apoio dos professores, sem ter a rede, valorizada, estimuada, preparada. [...] A Bahia tem a sua disposição, a partir desse ano, 9 bilhões de reais para aplicar na educação. Esse dinheiro não pode ser colocado apenas para construir escolas, o que é muito importante. [...] Mas a gente sabe que o ponto fundamental está na qualidade do ensino, e isso passa por estratégia pedagógica, envolvimento da rede, trazer tecnologia, e por compreender que pandemia acabou gerando um problema maior. Praticamente os alunos da rede estadual passaram dois anos sem frequentar as escolas. E essa retomada nao está acontecendo com a recuperação do que não foi aprendido. [...] O Estado abriu muitas vagas para a educação profisionalo, mas não se organizou para oferecer um ensino qualificado para nossos alunos. O ensino técnico na Bahia vai ter que mudar completamente. Não adianta pensar apenas em quantidade, e sim em qualidade".

RECURSOS HÍDRICOS

"Infelizmente, em 16 anos, poucas foram as obras significativas realizadas pelo Governo do Estado para ampliar a segurança hídrica no estado, seja água que chega para consumo humano, seja, principalmente, para produção. Poucas foram as barragens, açudes, adutoras. A região [do Vale do São Francisco] tem um potencial extraordinário para a produção agrícola, tanto para o pequeno e médio produtor, como também para o agronegócio e as grandes empresas, que estão instaladas e que podem vir. Mas é claro que a base para tudo isso é ter acesso a água. Tenho levado uma mensagem da necessidade de termos um plano que regionalize a visão estratégica do Estado. Cada região tem sua realidade e vai ser fundamental termos condição de explorar a vocação de cada região da Bahia. Vamos organizar os investimentos e as ações do poder público, exatamente para o alcance dessas metas. Vamos trabalhar com planejamento estratégico, com visão de médio e longo prazo. [...] Vamos ter que ter um investimento muito grande para ampliar o acesso a água".

PARCERIA COM PREFEITA SUZANA RAMOS

"Trago uma proposta de começar um novo ciclo com segurança. Não estou aqui para desfazer de tudo que foi feito nesses 16 anos, ao contrário. As coisas boas, vamos manter, sem nenhuma dificuldade. Entretanto, a gente percebe que nas áreas essenciais, a Bahia não mudou, não avançou, não melhorou. [...] A gente vai vir, se essa for a vontade do eleitor da Bahia, com uma equipe eficiente e técnica capaz de fazer um trabalho transformador. [...] Em relação a Juazeiro, temos a prefeita Suzana Ramos, que tem muita vontade de acertar e que tem consciência do trabalho que ela tem pela frente, e é óbvio que esse trabalho vai se tornar mais fácil, ela tendo um governador parceiro, amigo e comprometido com a gestão dela. O meu compromisso é de estar ao lado da prefeita e da equipe dela, ajudar a cidade, seja o Estado assumindo as coisas que são de sua responsabilidade, fazendo bem feito, a começar pelo problema da saúde. O governador estave aqui há poucos dias, anunciando, mais uma vez, a ampliação do hospital. Passaram 16 anos prometendo, sempre às vésperas da eleição. Tiveram 16 anos pra fazer, e não fizeram. A gente sabe que o hospital precisa, urgentemente, ser ampliado, para que ele possa suportar toda a demanda da região, não apenas de Juazeiro. [...] Tem que ter um braço avançado do governo aqui em Juazeiro, que atenda a região. E isso vai está dentro do nosso plano de governo e das ações que a gente pretende apresentar, para fortalecer essa visão regional".

ALIANÇAS REGIONAIS

"Uma candidatura de oposição nunca nasceu tão forte na Bahia, como a nossa está nascendo, com o apoio de uma quantidade muito expressiva de prefeitos, e com adesões constantes. Com o apoio de uma quantidade enorme de deputados estaduais, de 63, hoje temos 29, quase metade. De 39 deputados federais, temos 19. E também de vereadores, mas principalmente do povo. Na região, as três maiores cidades da região - Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Campo Formoso - temos o apoio e o compromisso dos dois prefeitos e da prefeita. Aqui em Juazeiro, nós teremos candidaturas a deputado federal, a deputado estadual, o suporte da prefeita, mas eu preciso, além disso do povo. Em relação aos políticos, estamos bem. Nós estamos muito fortes".

COMBATE A POBREZA E A DESIGUALDADE SOCIAL

"Se vocês me perguntarem qual é o grande desafio da Bahia, é o de reduzir as desigualdades sociais, de combater a pobreza, e permitir que a Bahia se torne o Estado das oportunidades. Perceba quantos jovens são obrigados a deixar a Bahia para estudar e trabalhar fora do Estado, porque não tem alternativa aqui. São cabeças que a gente perde nessa competição que vem sendo cada vez mais desigual com outros estados do Brasil, que crescem muito mais que a Bahia. A Bahia, antes do governo do PT, respondia por 38% do PIB do Nordeste, hoje é 28%. Essa perda de participação se reflete na perda de empregos. Não há outro caminho, que não seja da geração de empregos. E não podem as oportunidades estar concentradas apenas na Região Metropolitana de Salvador ou na capital. E é por isso que a gente vai falando da necessidade da gente ter um plano regional. [...] A gente vai ter que levar oportunidade de trabalho, emprego e renda para as áreas mais pobres da Bahia. Essa será a melhor política de promoção social e de enfrentamento a desigualdade. Mas não será a única".

CENÁRIO ELEITORAL NACIONAL

"Eu estabeleci uma linha de trabalho, que acho que está muito clara para os baianos. Eu não vou nacionalizar a eleição. A eleição para governador, é para governador. Quem a Bahia escolher [na eleição desse ano], vai ter que governar o Estado a partir de 1º de janeiro. [...] Não é o presidente quem vai resolver o problema da segurança pública no Estado, da péssima qualidade do ensino, da regulação na Saúde. É o governador. E o que vou colocar, muito claramente, e vou motivar os baianos a fazer, é comparar quem é quem. A história de cada um, o currículo, a experiência, o que fez ou deixou de fazer por onde passou, o caráter, o perfil, as propostas, os projetos. É isso que está em jogo em outubro. [...] Então, fico muito a vontade para dizer que vou governar a Bahia com qualquer que seja o presidente escolhido pelos brasileiros. Não tenho dificuldade nenhuma de construir pontes e diálogos. Quem governou Salvador como eu governei com Dilma presidente, tira de letra com qualquer um. Nós respeitamos a pré-candidatura do presidente do União Brasil, Luciano Bivar, que foi aprovada pelo partido e com a unanimidade dos membros do partido, inclusive com o meu apoio, mas Bivar sabe que aqui na Bahia nós não teremos candidato a presidente. Vamos manter nosso palanque aberto".

Da Redação RedeGN

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