Crônica – As duas faces do Brasil

10 de Apr / 2022 às 23h00 | Espaço do Leitor

Diante da queda observada nos índices de infecção pela Pandemia, alguns eventos e viagens que sofreram cancelamentos no espaço dos últimos dois anos, foram agraciados com a possibilidade de reprogramação, e assim visitei o próspero Estado de Santa Catarina, no Sul do Brasil, em particular as belas cidades de Florianópolis (Capital) e Balneário Camboriú, além de algumas outras do seu entorno, como Itajaí, Brusque, Nova Trento, Blumenau e Pomerode.

Dentre os tantos eventos adiados, o que se realizou de 1º.  a 08/04, em Balneário Camboriú-SC foi um deles, com a participação de mais de 3.000 aposentados do Banco do Brasil e organizado pela FENABB-Federação das AABBs, para a disputa de atividades esportivas de toda natureza, não importa a idade. Foi extraordinário o espírito de confraternização presente no Encontro, além da simpatia do acolhimento dos catarinenses e a beleza da cidade, fatores que encantaram a todos e o sucesso superou todas as expectativas.

No ano de 2013, quando estive a passeio na cidade de Gramado, escrevi duas crônicas com o título de “UM BRASIL DIFERENTE”, dedicadas a uma análise dos usos e costumes observados. Na ocasião já ponderei que não tinha dúvidas de que não seria apenas mais uma viagem de turismo que estaria realizando, mas, certamente, uma clara caminhada no sentido de avaliar a grande diversidade existente no comportamento das pessoas, e porque certos hábitos são bastante diferentes no resto do Brasil. Importante frisar que essas práticas são bem-vistas e bem-quistas sob o olhar do desenvolvimento e do progresso.

Mesmo numa visita de caráter turístico, é ilimitado o universo de lições que podem ser extraídas, e que deveriam ser assimiladas pelas demais regiões, sem que isso signifique uma violência contra a tradição ou perfil cultural de cada uma, cujas características são invioláveis, e devem ser respeitadas e mantidas. É oportuno reiterar que as coisas boas que acontecem dentro do território brasileiro devem ser compartilhadas, imitadas e copiadas, de forma a atingir um crescente aperfeiçoamento dos níveis culturais, valores que transcendem os limites de qualquer fronteira geográfica.

É impressionante como se ouve dos companheiros de viagem, a todo instante, empolgantes comentários sobre a qualidade da prestação de serviço recebida, na qual sempre está visível o respeito aos direitos do cidadão, e evidencia notáveis traços de uma admirável cultura. Embora a viagem não seja destinada a uma pesquisa específica, as observações feitas são suficientes para gerar o convencimento de que muita coisa pode mudar por aqui, principalmente através de um processo educacional e de conscientização de cada cidadão.

Só para relembrar, vejam alguns exemplos citados em 2013, e que continuam ainda marcantes: a) Onde não há semáforos (ou sinaleiras) nos cruzamentos, ainda assim o trânsito flui com perfeição, porque os motoristas respeitam as placas que indicam a preferência e como devem proceder num trevo! b) Onde os motoristas, educadamente, imediatamente param, ante o simples ato de alguém pisar sobre a faixa de pedestre! c) Onde ninguém joga qualquer papel ou dejeto de qualquer espécie nas ruas, inclusive as bagas de cigarros; d) Onde não se joga copos e latas de cerveja na rua.

Vale ressaltar a esperança, apesar de todos os percalços culturais e educacionais com os quais convivemos hoje, que revelam AS DUAS FACES DO BRASIL, de que não demande muito tempo para que aconteça a gradual assimilação de novos e bons costumes pelo nosso povo, governantes, políticos e autoridades outras.

E que as nossas crianças e jovens de hoje, possam ter o privilégio, quando adultos, de desfrutarem da alegria de vivenciarem a realidade de um novo Brasil, de uma única face e sem fronteiras culturais restritivas em todo o seu território. É sonhar grande demais? Não. É apenas desejar que o melhor aconteça para todos nós, não só culturalmente falando, mas, que o IDH de cada região não seja tão divergente.            

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil – Balneário Camboriú (SC).

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