Trabalhadores da Educação de Juazeiro decidem em assembleia por um retorno responsável para reorganizar a luta por seus direitos

28 de Mar / 2022 às 17h48 | Variadas

Nesta segunda-feira (28), quatro dias após a aprovação do projeto do executivo que indignou trabalhadores em educação de Juazeiro por ver seu direito de ter o reajuste de 33,24% do piso nacional negado, uma nova assembleia foi realizada no auditório da APLB Sindicato. Após várias propostas lançadas, a categoria decidiu pelo retorno das aulas numa 'operação tartaruga' mantendo o estado de greve.  

"Depois de muita batalha travada com o município de Juazeiro nós nos reunimos em assembleia na APLB Sindicato depois dessa traição de uma parte da Câmara de Vereadores que preferiu votar a favor do município deixando os professores de lado. Discutimos o retorno das aulas numa 'operação tartaruga' e estado de greve, mas isso não significa dizer que nós deixamos a luta, continuamos nela e vamos agora buscar outras estratégias para tentar revogar todo esse rolo compressor que foi passado na educação de Juazeiro com esse engodo lançado", informou o diretor da APLB Sindicato em Juazeiro Gilmar Nery.  

Ele explicou que a APLB elaborou um quadro mostrando todos os cenários possíveis de contas onde o resultado é de que o reajuste do magistério em Juazeiro não passou dos 6%. "Eles deram 26% linear e tiraram 20% da regência que é uma gratificação antiga - uma das muitas conquistas da categoria que agora foi retirada. Dessa forma, o reajuste real é de 6% e lembramos inclusive, que é um reajuste menor do que o antes proposto que era de 11%, o que mostra que o governo não tem compromisso com a educação nem com os educadores", completa Gilmar.  

O sentimento de revolta e tristeza pela forma como estão sendo tratados pela gestão da prefeita Suzana Ramos, estava presente nos discursos dos professores que continuam firmes na batalha pelo reconhecimento justo de seu trabalho e da valorização profissional. Uma semana após passar por uma cirurgia, o consultor da APLB Sindicato Antônio Carlos fez questão de participar da assembleia.  

"Não perdemos essa batalha, mas infelizmente estamos vivendo uma década de ataque aos direitos conquistados. A prefeita nunca apareceu para conversar e negociar com a APLB. Nenhum professor em sã consciência pode aceitar o que está sendo proposto e rejeitar o que se tem garantido por lei", afirmou ressaltando a importância do apoio dos vereadores Mitu e Alex Tanury que, para ele, "fizeram o real papel de representantes dos trabalhadores".  

O advogado Josenildo Barros, que faz parte do corpo jurídico da APLB, falou aos trabalhadores que "decisões imaturas não devem abalar os professores porque o governo não entende que pagar o valor justo é vantagem. Eles buscaram fazer ajustes tirando conquistas, o que mostra essa imaturidade. Vamos fazer o possível para reverter isso estudando quais as saídas jurídicas e de direito sindical que temos", pontou o advogado.  

Muitas propostas foram colocadas em pauta durante a assembleia, mas a unanimidade foi pela sustentação do estado de greve, a moção de repúdio e criação de um abaixo-assinado pedindo a saída imediata da secretaria de educação Normeide Almeida. Além disso, os trabalhadores acreditam que deve ser criado um canal de comunicação mais forte entre os profissionais e os pais dos alunos, para que a real situação vivida por cada um deles seja repassada de forma clara e os pais possam entender e engrossar a rede de apoio. 

"Há um sentimento muito forte de desmotivação de todos os professores que têm visto seus direitos serem destruídos por essa gestão que está aí. Vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para reverter essa situação e, para isso, vamos apostar na união dos professores que mostraram à sociedade de Juazeiro que o movimento é justo e está cada vez mais fortalecido. Precisamos nos posicionar, ter consciência e pensar numa estratégia. A sociedade sabe o quanto esse projeto abalou os trabalhadores em educação", assegura o diretor da APLB Sindicato. 

Para a professora Rosilda Marques é mais que necessário que tudo dito e exposto durante as assembleias seja de conhecimento da população. "Devemos ampliar a rede de apoio à luta dos trabalhadores em educação e isso pode ser feito através dos canais de comunicação existentes, usando as redes sociais, indo aos meios de comunicação com os advogados da APLB para mostrar claramente à população o que realmente aconteceu após a aprovação desse projeto".  

"Queria fazer uma homenagem a todos os trabalhadores em educação que com muita coragem conseguiram mobilizar nosso município que acompanhou na última sexta-feira (25) o que foi feito com os trabalhadores. A responsabilidade de um líder sindical é muito grande e não podemos de maneira alguma tratar essa causa com indiferença. Nosso compromisso é com a educação. O momento não é de política partidária e os vereadores que estão nos apoiando entenderam isso. O momento é de luta por direitos. O texto do projeto destrói a carreira de conquista dos trabalhadores. Temos que ser 100% educação. Não podemos ser engolido por uma maioria podre da Câmara que não nos representa e nossa luta continua mais fortalecida", finalizou Gilmar Nery, diretor da APLB Sindicato em Juazeiro informando ainda que o Partido dos Trabalhadores de Juazeiro está deliberando medidas a serem tomadas para os vereadores que votaram contra os professores.  

Ascom APLB Juazeiro

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