Muriçocas "atacam" juazeirenses. Com o tempo mais quente, os indesejáveis mosquitos voltam a aparecer nos bairros

14 de Mar / 2022 às 22h30 | Variadas

Começou o zum zum zum de novo em Juazeiro, Bahia, na noite desta segunda-feira, 14. O aumento da temperatura, em torno de 30 graus e o forte calor são algumas das justificativas para que os pernilongos voltassem a atacar os juazeirenses.

O forte calor e o recente período de chuvas podem ter acelerado o ciclo biológico desses mosquitos e sua temida proliferação.

A reportagem da REDEGN fez fotos "da proliferação das muriçocas". Mesmo com o ventilador ligado, "foi uma verdadeira guerra controlar o ataque das muriçocas", na sala de aula. As fotos são no CETEP-Centro Técnico de Educação Profissional. Além dos estudantes da escola, nas imediações do bairro São Geraldo e Cajueiro a reclamação quanto a proliferação das muriçocas era geral dos moradores.

“A gente está nesse ataque dessas muriçocas, quando chega a noite a gente não consegue nem dormir”, relata o funcionário ´público Mário César da Silva.

As condições climáticas aceleram as funções fisiológicas no organismo do mosquito de um modo geral e, na presença de criadouros, exemplo falta de saneamento, os mosquitos encontram lugares propícios para o desenvolvimento das fases imaturas, e assim a população de mosquitos aumenta proporcionalmente.

As fêmeas, que precisam de sangue para produzir seus ovos, são as responsáveis pelas dolorosas picadas e pelas manchas avermelhadas que se espalham pelo corpo. Segundo o biólogo Guilherme Domenichelli, os locais preferidos dos pernilongos são os mais vascularizados, aqueles por onde passam mais sangue no corpo. 

“Podemos ser picados pelo corpo inteiro”, explica. “Só que é mais provável sermos picados na perna e no braço do que na orelha, por exemplo”.

MEDOS: O Aedes aegypti – que transmite doenças como zika, dengue, febre amarela e chikungunya – e o Culex, os mosquitos em maior número em ambiente urbano.

“O clima e a temperatura quente de algumas estações do ano de países tropicais favorecem as atividades fisiológicas e de comportamento dos insetos de maneira geral. Isto é, as fases aladas adquirem energia para o voo, reprodução e a alimentação tanto do açúcar das plantas como do sangue de animais e seres humanos”, diz a bióloga Sirlei Antunes Morais, especialista em Entomologia, Mestre e Doutora em Saúde Pública pela FSP-USP (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo).

PREVENÇÃO: Ano passado, a Prefeitura de Juazeiro reforçou as ações de limpeza de canais em todo o município para melhor atender à população e cuidar do meio ambiente de forma responsável. Uma das atribuições foi do Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE), que aplicou cal nas margens dos canais para impedir a reprodução de mosquitos.

Na época foi aplicado Óxido de Cálcio (CaO) – também conhecido como ‘cal’ -, uma substância alcalina, que eleva o pH e a temperatura em contato com a água, eliminando as larvas que geram insetos, impedindo também a procriação de novas larvas por criar um ambiente estéril para reprodução de mosquito. Esse produto é utilizado em tratamento de esgoto, indústria farmacêutica e construção civil, pois se trata de um produto biodegradável que não afeta o meio ambiente”, destaca a diretora-presidente do SAAE, Josilene Alixandre.

O produto é aplicado após a limpeza dos canais. Dessa forma, elimina as larvas dos mosquitos Aedes aegypti e Cullex (muriçoca comum) existentes naquele local e impede a reprodução. Essa é uma ação que o município vem dando sequência e os resultados são bastante satisfatórios.

A assessoria de imprensa no mês de novembro alertou ser "importante reforçar, no entanto, que essa ação não impede que a população continue tomando os devidos cuidados dentro de casa, eliminando recipientes que acumulam água e servem de local para reprodução do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya".

Redação redeGN Texto e Fotos Ney Vital

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