Juazeirenses e Petrolinenses reclamam do transporte público. "Um absurdo o valor das tarifas e a prestação de serviços"

11 de Mar / 2022 às 10h30 | Variadas

Desde o dia 1º de março de 2022 ficou mais caro andar de ônibus em Petrolina. Na manhã desta sexta-feira (11), a reportagem da REDEGN, conferiu em alguns pontos de ônibus em Juazeiro e Petrolina, a saga das pessoas que precisam do transporte público.

A situação considerada "um absurdo e abuso de poder" faz eco com moradores de Juazeiro que precisam se deslocar para trabalhar em Petrolina. Em decreto publicado pela Prefeitura, no dia 25 de fevereiro de 2022, o valor da tarifa foi reajustada em 10,9%.

Em Petrolina a tarifa que custava R$ 3,70 passou a custar R$ 4,10. Já em Juazeiro a tarifa continua em R$ 3,70, no pré-pago R$ 3,40. Estudantes R$2,25. A reclamação é geral. A diarista Maria do Socorro Silva, diz que está aflita. Ela  "paga R$, 4,50 para percorrer o trecho entre o centro de Juazeiro ao Distrito de Carnaíba do Sertão".

Ela diz que além de pagar ida e volta, total de nove reais, "tem dia que ainda precisa pagar mais para ir até algum bairro: é muito difícil pagar este valor, muito caro".

Ouvidos pela REDEGN, usuários também reclamam "da falta de qualidade da prestação do transporte público em Juazeiro e Petrolina". “Os ônibus sempre lotados, uma movimentação intensa. Nenhuma mudança. Ônibus quebram. Ficamos as vezes hora no terminal e durante o período da pandemia, os ônibus sempre esteve lotados de pessoas", reclamou a dona de casa Maria Rosa, ressaltando "ainda tem este calor forte que somos obrigados a enfrentar dentro do transporte público".

Para José Luiz Portella, doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, “o transporte é como um sangue que abastece as células, pois tudo depende de as pessoas poderem se deslocar para trabalhar, para buscar atendimento médico, lazer e entretenimento, e isso muda a vida das pessoas”.

Em dezembro do ano passado a prefeitura de Petrolina aprovou projeto de lei na Câmara concedendo subsídio à empresa Atlântico, justificando a "função do desequilíbrio financeiro do contrato".

O período de repasse do subsídio é relativo ao período de novembro/2021 a junho/2022. Ele será mensalmente pago se na apuração do mês de referência o número de passageiros pagantes for inferior a 774.022, sendo este parâmetro previsto como valor de referência para manutenção do equilíbrio econômico da concessão nas condições de operação atuais. De acordo com as inforrmações, o subsídio mensal está limitado a 190.858 passagens pagantes

De acordo com a prefeitura, o subsídio foi concedido “em razão dos efeitos da pandemia de COVID 19 que permanecem a atingir diversos setores econômicos e em especial, o transporte coletivo municipal, que viu seu quadro de passageiros ficar reduzido, desde março de 2020, a praticamente metade do previsto em processo licitatório realizado no ano de 2019, face as medidas impostas pelo poder público
para conter o avanço da pandemia e ao receio de toda população em eventualmente se expor ao contágio do vírus”.

PROTESTO: Estudantes de Petrolina realizaram um protesto ontem quinta-feira (10), contra o aumento do valor da tarifa de ônibus. Desde o dia 1º de março, a passagem passou de R$ 3,70 para R$ 4,10. O preço é o mesmo cobrado na capital, Recife.

Estudantes universitários e secundaristas se concentraram na tenda cultural da Avenida Souza Filho. Com cartazes, eles se posicionaram contrários o aumento da tarifa de ônibus.

Em nota, a Autarquia Municipal de Mobilidade (Ammpla) informou que “autorizou o reajuste da passagem de ônibus em um índice ainda menor que a inflação atual, e que a alteração obedece as obrigações contratuais de revisão tarifária”.

Ainda segundo a nota, “sobre a ação desta quinta-feira, a Ammpla respeita o direito de manifestação, tanto que, representantes da prefeitura estiveram reunidos com alguns estudantes para ouvir  suas demandas e fortalecer o diálogo com  demandas e fortalecer o diálogo com a categoria”.

Redação redeGN Texto e Fotos Ney Vital

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