Vice prefeitos de Petrolina, Caruaru e Jaboatão dos Guararapes comentam missão de assumir comando das prefeituras

03 de Mar / 2022 às 16h30 | Eleições

Em 2022, três prefeitos de cidades-polo pernambucanas podem abrir mão dos seus mandatos para participar da disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. Caso esse cenário se confirme, até o dia 2 de abril - prazo que os gestores têm para deixar o cargo e participar do pleito - Petrolina, Jaboatão dos Guararapes e Caruaru terão novos gestores, nomes que têm em comum uma forte relação pessoal com os atuais mandatários, além de um perfil de atuação que tem como uma das principais características a discrição.

No fim do mês de fevereiro, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), anunciou que permanecerá à frente da gestão da cidade apenas até o dia 30 de março, data em que passará a administração municipal para as mãos de Simão Durando (União Brasil). Miguel está no segundo mandato como prefeito, mas Durando disputou a eleição ao seu lado apenas em 2020. A relação dele com a família Coelho, no entanto, é muito mais antiga.

“Eu trabalhei por muitos anos como assessor do deputado federal Fernando Filho e até coordenei as campanhas dele para prefeito de Petrolina. Fui diretor do SEST SENAT e secretário de Governo no primeiro mandato de Miguel. Depois de algum tempo houve a junção das Secretarias de Governo e Agricultura, e foi nesse momento que eu tive a oportunidade de andar no meio rural, ouvir as pessoas. A primeira vez que disputei uma eleição foi para o cargo de vice-prefeito”, detalhou Durando.

Segundo os relatos do vice-prefeito, seus laços com os Coelho ultrapassam, inclusive, questões políticas. Em um post no Instagram no dia 28 de fevereiro, aniversário de Fernando Filho, Durando parabenizou o parlamentar e disse considerar uma honra “tê-lo como mais que um conselheiro, um amigo, padrinho de minha filha, um compadre de todas as horas”.

Prestes a assumir a gestão de Petrolina, ele frisa que tem um perfil diferente do de Miguel, que “gosta mais de ouvir do que falar”, e espera dar continuidade ao trabalho que o pré-candidato a governador tem executado no município. “Este é um momento muito marcante na minha vida, que vou encarar com a paixão que tenho pela cidade onde eu nasci, cresci, me casei e tive duas filhas lindas. Vou seguir caminhando com muita humildade, dando continuidade à gestão, honrando a confiança e a aliança que firmamos com as pessoas. Com certeza será um desafio, mas estou muito animado”, disse.

Em Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB) está ao lado de Raquel Lyra (PSDB) desde a primeira vez que a filha do ex-governador João Lyra sentou na cadeira de prefeita. Apesar de aliados e correligionários darem como certa a participação dela na disputa pelo governo estadual, até o momento a gestora não confirmou se será candidata. Talvez por isso, mesmo a reportagem tendo entrado em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, o vice-prefeito não concedeu entrevista ao JC para esta matéria.

No ano de 2016, porém, pouco antes de iniciar o primeiro mandato como vice-prefeito de Caruaru, Pinheiro conversou com o NE10 Interior e contou detalhes da sua trajetória e da relação com Raquel. Naquela ocasião, ele afirmou que sempre fez parte do grupo político da família Lyra e que conhece a prefeita há muitos anos, pois estudaram no mesmo colégio.

 "A conheço desde criança. Estudamos no mesmo colégio, o Centro Educacional Montessori. Éramos do PSB até o início deste ano (2016). Por motivos políticos, Raquel Lyra migrou para o PSDB. No mesmo momento da filiação dela também mudamos para este partido", declarou o vice-prefeito, na época. Apesar de oriundo do meio empresarial, a origem familiar de Rodrigo Pinheiro também se mistura com a política, pois ele é filho do ex-vereador José Pinheiro dos Santos Filho, que era conhecido como Pinheirão, falecido em 2012.

Outro prefeito-candidato que escolheu um vice da sua estrita confiança foi Anderson Ferreira (PL), gestor de Jaboatão dos Guararapes. O liberal também não bateu o martelo com relação à sua participação no pleito deste ano, mas a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao seu partido parece indicar que dificilmente ele não encabeçará uma chapa em Pernambuco. Se isso ocorrer, Luiz Medeiros (PSC) se tornará o novo gestor do segundo maior colégio eleitoral do Estado.

O vice-prefeito também preferiu não falar com a reportagem, mas sabe-se que ele já foi secretário de Infraestrutura, de Desenvolvimento Econômico e chefe de gabinete de Anderson antes de concorrer à prefeitura ao lado dele. Medeiros também foi presidente da Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI).

Considerado um homem reservado, comenta-se que desde que a pré-campanha de Anderson se intensificou, Luiz Medeiros vem sendo visto mais vezes em agendas públicas, com maior contato com a população, lideranças comunitárias e vereadores.

Jornal do Comércio Online/Renata Ribeiro

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