Instalação da CPI Caso Beatriz mais uma vez causa questionamentos entre deputados na Assembleia Legislativa

16 de Feb / 2022 às 14h30 | Policial

Na reunião ordinária de ontem (15) da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado estadual Alberto Feitosa (PSC) questionou o fato do PSol e do PT não assinarem a CPI do Caso Beatriz, enquanto se utilizam, segundo o parlamentar, da morte da vereadora Mariele (RJ), do menino de 9 anos assassinado em Barreiros e do congolês no Rio de Janeiro para plataforma política sobre a segurança.

"Eles se omitem, de forma subserviente ao Palácio, em colaborar com a apuração e atender os pais de Beatriz e a sociedade pernambucana, neste caso chocante e ainda sem respostas", declarou o deputado.

Até o momento a CPI não foi instalada oficilamente.

Semana passada a deputada estadual Dulcicleide Amorim (PT) voltou a se pronunciar sobre a abertura da CPI do Caso Beatriz. Em sessão ordinária na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a parlamentar fez um longo discurso com críticas ao deputado Romero Albuquerque (PP), que está à frente da coleta de assinaturas.

Dulci, como é conhecida no segmento político, disse ter cobrado ao colega o requerimento para iniciar a CPI, além de ter questionado a quantidade de assinaturas. A deputada também afirmou que a versão de que falta apenas uma assinatura é "uma falácia".

"Depois do colega Romero divulgar em todo o Estado que faltava somente uma assinatura e incitar o povo para cobrar de mim esse voto, eu o desafiei a apresentar esse documento para que ele provasse que já existiam as demais assinaturas, mas ele se negou. Não pedi lista para divulgar nome de ninguém, apenas exigi a lista para provar que a história contada ao povo pernambucano era uma falácia, uma jogada política para prejudicar meu mandato", disparou.

A deputada disse que as pressões sofridas tornaram sua vida um "pesadelo" e que foi posta a "humilhações" neste último fim de semana. No discurso, Dulci chegou a falar que foi colocada como "bode expiatório" sobre a instauração da CPI. Ela também afirmou que concede a assinatura para iniciar as investigações na Casa Legislativa.

Sem citar diretamente Romero, falou em "falta de escrúpulos" e disse que procurou técnicos da Alepe para saber se havia algum requerimento, mas que eles confirmaram não haver documento protocolado. "Ontem passei o dia todo aguardando esse requerimento e ele não apareceu. Então, hoje, durante a reunião da Assembleia, ele (Romero Albuquerque) quis insinuar que eu não iria assinar mais. Como sempre, jogo, blefe... Então, estou dizendo aqui para vocês hoje que minha assinatura está concedida. Além disso, ela foi publicizada para todo mundo saber", declarou.

"Eu estou aqui e não tem ninguém que pediu aparte? Não tem ninguém que pediu aparte, presidente? Porque eu esperava aqui que o colega autor dessa CPI viesse me desmoralizar. E foi por isso que não fui aos meios de comunicação falar. Por isso que eu vim para cá falar porque queria ser desafiada por ele (Romero) porque foi um inconsequente quando joga o nome dessa Casa no lixo em nome dos próprios interesses", prosseguiu Dulci.

ROMERO REBATE: O deputado Romero Albuquerque rebateu as acusações Dulcicleide Amorim: "Eu não sei se a deputada tem uma experiência com o sistema da Assembleia Legislativa, pelo menos o atual, mas nós só podemos protocolar uma CPI quando temos as 17 assinaturas, o que não é o caso. Não tínhamos ainda as assinaturas porque a deputada Dulcicleide fez um teatro, dizendo que ia assinar, e até o momento não assinou."

Romero também rebateu uma questionamento de Dulci quanto ao envolvimento do deputado com o Caso Beatriz. A parlamentar teria perguntado onde ele esteve em 2019. O bate-boca prosseguiu de forma virtual.

Existe uma movimentação da oposição na Alepe para articular uma CPI sobre o assassinato da garota Beatriz Angélica Mota, em dezembro de 2015, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco.

Redação redeGN

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