Comunidades do Salitre promovem mobilização para garantir direito a água no próximo dia 12 dezembro

30 de Nov / 2021 às 08h30 | Variadas

Comunidades do Alto, Médio e Baixo Salitre, no município de Juazeiro/BA, estão se articulando para garantir que a região seja contemplada dentro da proposta do Canal do Sertão Baiano, o Eixo Sul da Transposição do São Francisco.

A Codevasf deve publicar no próximo dia 09 resultado de edital que vai licitar empresar para atualizar estudo realizado em 2016 pela empresa GeoHidro.

Diante disso, a União das Associações do Vale do Salitre (UAVS) pretende mobilizar as comunidades para que estas reivindiquem junto à Codevasf a garantia de um projeto específico que assegure água para as propriedades situadas na margem esquerda e direito do Rio Salitre, no trecho dentro do território de Juazeiro.

Ciente de que o Canal do Sertão é uma obra de grande porte e com grandes contradições, as lideranças do Vale do Salitre não admitem que se pense em levar água para outros municípios da Bahia sem antes contemplar Juazeiro, mais precisamente o distrito de Junco, local de onde sairá a tomada de água do Rio São Francisco para o Canal do Sertão.

Mobilização: No próximo dia 12, a comunidade de Goiabeira II irá sediar uma Assembleia Geral da UAVS para discutir e definir as estratégias de luta em defesa da garantia da água para produção e outras finalidades, conforme prevê o projeto geral do Canal do Sertão Baiano. A partir do estudo desenvolvido pela empresa Geohidro, é necessário um valor médio de R$ 151 milhões para garantir água por gravidade e de forma pressurizada da região de Goiabeira, no Alto Salitre, até os povoados de Barreiras, pela margem esquerda do rio, e Sabiá, pela margem direita.

Hoje o Salitre já possui duas adutoras, as quais jogam água do Velho Chico no leito do Rio Salitre desde a sede do distrito de Junco até a Foz (encontro com o São Francisco). Esse projeto foi efetivado após a inauguração do Perímetro Irrigado Salitre e é fruto da mobilização popular, sobretudo o "Movimento dos Sem Água", que surgiu da inconformação com a exclusão dos nativos do Salitre do projeto de irrigação que conta com quase 300 lotes e apenas 11 foram vendidos a produtores/as nativos do Salitre.

Com o novo projeto em questão, o leito do rio ficará livre para ser revitalizado, enquanto a água para irrigação deve chegar nas propriedades mediante colocação hidrômetros e cada produtor/a deve arcar com o custo de água conforme o que consumir.

Por Érica Daiane Costa, presidenta da UAVS

Érica Daiane Costa, presidenta da UAVS

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