Número de pessoas com lesões que causam coceira na pele sobe para 105 no Recife e 62 em Camaragibe

23 de Nov / 2021 às 08h30 | Variadas

O total de notificações de pessoas com "lesões cutâneas a esclarecer" subiu de 88 para 105 no Recife e de 60 para 62 em Camaragibe, na Região Metropolitana. As duas prefeituras estão realizando investigação para identificar as possíveis causas do problema.

Os relatos dos pacientes são semelhantes nas duas cidades: muita coceira e "caroços" vermelhos na pele. A orientação é para que as pessoas que apresentem sintomas procurem uma unidade de saúde.

Os primeiros casos identificados na capital foram de cinco crianças no Córrego da Fortuna e no Sítio dos Macacos, na Zona Norte da cidade. As notificações são de pessoas que reportaram sintomas desde 1º de outubro.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Recife explicou que o aumento de notificações era esperado devido ao alerta epidemiológico que foi emitido no dia 17 para que as unidades de saúde das redes pública e privada notifiquem, imediatamente, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) ao atender um caso suspeito.

Na sexta-feira (19), representantes da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde do Recife, da Secretaria Estadual de Saúde e do Instituto Aggeu Magalhães, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco, além de um médico infectologista e de um médico epidemiologista, estiveram reunidos para discutir os casos.

Na ocasião, a secretária-executiva de Vigilância em Saúde, Marcella Abath, explicou que a prefeitura está realizando investigações clínicas, epidemiológicas e laboratoriais.

Foram realizados exames de sangue (hemogramas), coleta de amostras de pele e testes de sorologia para detectar arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti.

Além disso, foram capturados mosquitos e ácaros para análise e devem ser feitos exames de raspagem de pele em alguns pacientes notificados. O município também não descartou ainda a possibilidade de o caso ter relação com sarna humana.

A Secretaria de Saúde do Recife explicou que ainda aguarda resultado dos exames para apontar conclusões e destacou que os especialistas devem se reunir novamente nesta semana, mas a data do encontro ainda não foi divulgada.

"É importante destacar que, até agora, não houve o registro de agravamento associado à aparição das lesões cutâneas nos pacientes", disse ainda na nota a secretaria.

Camaragibe: Os 62 casos de lesões cutâneas a esclarecer em Camaragibe foram registrados após atendimentos no Hospital Aristeu Chaves, principal emergência do município. Os pacientes atendidos em postos de saúde ainda não foram contabilizados, segundo a prefeitura.

Os primeiros casos de manchas vermelhas e coceira apareceram no bairro de Ostracil, no dia 3 de novembro. Agora, já há relatos dos mesmos sintomas em 15 bairros, sendo que a maior parte dos casos foram no bairro Novo, com seis registros; Jardim Primavera, com 12; e Tabatinga, com 20.

A Vigilância em Saúde da cidade informou que está realizando um estudo caso a caso dos pacientes atendidos na unidade e também um para identificação de "possíveis insetos ou artrópodes que estejam causando as intercorrências". A água da rede de abastecimento nas residências também está sendo coletada para análises.

Assim como no Recife, a prefeitura informou que ainda não fechou uma conclusão para possíveis causas e aguarda resultados dos exames para poder concluir a investigação, mas apontou que apura também se são casos de sarna.

A prefeitura explicou, ainda, em houve em Aldeia um registro de crianças com um "surto de coceira" em 2019, mas que não há relação com o quadro atual. Na época, o caso ocorreu em uma escola particular que tinha uma sala perto de uma área de mata e o grupo de alunos teve contato com uma planta que acarretou coceira, segundo a comunicação do município.

NOTA SECRETARIA SAÚDE: Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que está acompanhando a investigação clínica, epidemiológica e laboratorial realizada pelo Recife, com apoio de equipes estaduais e de especialistas.

Na sexta-feira (19), o Núcleo de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública da secretaria emitiu uma nota técnica orientando a todos os serviços e profissionais de saúde a notificarem, em até 24 horas, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do estado ao identificarem casos de pessoas com lesão cutânea e coceira, com ou sem sintoma de diarreia e febre, a partir de 1º de outubro.

A orientação é válida para os serviços de saúde da Primeira Regional, composta por Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Chã Grande, Chã de Alegria, Glória de Goitá, Fernando de Noronha, Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista, Pombos, Recife, São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão.

Procuradas pelo g1, as prefeituras de Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Abreu e Lima, Itamaracá, Itapissuma, Igarassu e São Lourenço da Mata informaram não ter registrado casos do tipo em moradores.
 

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