Artigo - Conhecendo o belo da beleza

16 de Nov / 2021 às 23h00 | Espaço do Leitor

Você tem qualidade de vida? O que é ter qualidade de vida? Será que a qualidade de vida está atrelada à quantidade de bens materiais que possuímos? Uma pessoa que possui muitas riquezas será que ela possui a si mesma? 

Essas perguntas simples, até mesmo consideradas bobas, porém respondê-las conscientemente exige um mergulho profundo dentro de si mesmo para validar a qualidade de vida e, consequentemente, a realização humana. Nessas indagações é preciso ter a sensibilidade e compreender que o problema não está, necessariamente, nas riquezas em si. O Problema está em amar cegamente as fortunas efêmeras da vida.

Sem querer ser o dono da verdade, em muitos momentos, quando nos referimos sobre qualidade de vida, direcionamos a quantidade e não a qualidade. Muitos defendem que para termos qualidade de vida é necessário o acesso, em grandes quantidades, aos melhores padrões de bens e serviços disponíveis no mercado. 

Com isso, só se falam em grandes quantidades de bens materiais, paixões, reconhecimentos e assim por diante. Não sou contra as pessoas viverem bem e usufruírem do melhor da Terra. Apenas quero, gentilmente, convidá-las a perceberem que é difícil ser feliz sozinho e que o acúmulo de bens materiais ao invés de garantir qualidade de vida, com o passar da idade, geram frustações. 

Com o amadurecimento do ser humano espera-se que ele seja capaz de discernir os seus próprios sentimentos e, também, compreender que a vida é tão curta que não vale a pena perder tempo com coisas sem valor. Por isso, à medida que vivemos é possível aprendermos que ser feliz é o que importa. Entretanto, a grande problemática é que, na maioria das vezes, nós delegamos aos outros o compromisso que é nosso. Por exemplo, deixamos outras pessoas decidirem aonde devemos chegar.

Assim, ao mencionarmos a qualidade de vida das pessoas, é importante compreendermos que alegria e felicidade são figuras diferentes. A alegria é a satisfação do corpo físico e a felicidade é um estado de espírito que não depende da alegria. Sendo assim, a busca exacerbada por qualidade de vida pode resultar em ansiedade. A ansiedade em si não é doença, porque a ansiedade sadia nos avisa de riscos e das necessidades do nosso corpo. Porém é importante lembrar que a ansiedade pode nascer das nossas fantasias e contribuir para o aumento das patologias.  

Diante disso, não custa dizer que, constantemente, pensamos ser infelizes por não termos aquilo que achamos ser o melhor para nós. Por isso, é fundamental nos conhecermos verdadeiramente e termos noções das nossas imaginações e fantasias. A imaginação é uma virtude. Ela pode projetar algo que você vai realizar num momento futuro. Já a fantasia é um vício. Ela se realiza em si mesma e substitui a realidade.

Vale lembrar que a nossa qualidade de vida depende da semeadura do dia a dia e que a verdadeira beleza não é um convite a possuir algo, mas um convite a ele renunciar. A verdadeira beleza não te impulsiona a possuir bens materiais. Ela é aquela que nos faz perceber a nós mesmos através das pequenas coisas da vida, que na maioria das vezes, não vemos ou ignoramos.

Por essa razão para melhorar a forma de viver a vida é sugerível simplificá-la. Ou seja, desfrute das coisas boas, porém não seja refém delas porque a vida tem altos e baixos. Quem se acostuma com banquetes têm dificuldades de aceitar o PF (Prato Feito) todos os dias. As melhores coisas da vida estão na simplicidade de viver. Viva e deixe o seu amor viver plenamente dentro de você.  
 
Portanto, desta forma, quando nós encontramos nossa “identidade profunda” que é o "conhece-te a ti mesmo de Sócrates" nos encaixamos no universo de maneira mais harmoniosa com a nossa paz interior. A partir daí pode-se afirmar que qualidade de vida é ter o necessário à conquista da felicidade. Tudo isso, sem esquecer-se de que quanto mais caminharmos em direção ao bem, mais unidos seremos. Estar em paz consigo mesmo não tem preço. Valorize-a!

Josiel Bezerra

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