José Carlos Tanuri, 80 anos: Um pai devotado de devotados filhos

29 de Oct / 2021 às 08h58 | Variadas

Atribui-se ao filósofo Aristóteles uma definição peculiar: “O objetivo principal da política é criar a amizade entre membros da cidade”. José Carlos Tanuri era a personificação deste pensamento. Sua capacidade de unir, de respeitar os adversários, de compreender as diferenças, de agregar, de cuidar das pessoas, de forma empática e solidária, é unanimidade entre os representantes das mais diferentes correntes políticas de Juazeiro.

Fez a boa política para unir, um ensinamento que herdou do pai, o ex-prefeito Américo Tanuri, a quem Zé Carlos tinha devoção. Os olhos de filho brilhavam e seu peito crescia, sempre que ele contava as histórias do pai. Era sua referência, seu espelho. Um nome que ele honrou e fez crescer através de seus 7 filhos:  Jaqueline, Édson, Alex, Vanessa, Rodrigo, Júnior e Jessica. Hoje, seus devotos.

Como brilham os olhos e o orgulho enche o peito dos filhos de Zé Carlos Tanuri, quando eles lembram do pai zeloso, amigo, conselheiro, dedicado, brincalhão e acima de tudo, um exemplo a ser seguido.

A médica Jaqueline Tanuri, sua primogênita, destaca a capacidade do pai de ser solidário, de estender a mão, exemplo de homem íntegro.

"Ele sempre foi um pai zeloso. Convivi com ele nos últimos anos, pois com a separação voltei a morar com meus pais. Ele abraçou meus filhos como se fossem seus, cuidava, zelava. Depois que minha mãe morreu, ficamos muitos juntos, ele era meu companheiro. E eu passei a cuidar dele. Meu pai sempre será para mim, um exemplo de homem íntegro, amigo. O que eu mais admirava, é que ele não tinha inimigos. Quando se desentendia com alguém, ficava  chateado, mas logo passava. E se alguma pessoa, com quem ele tivesse alguma contenda, precisasse dele, estava disposto a ajudar. Sabia perdoar e estender a mão. Quando alguém o criticava por isso, ele falava: 'mas isso já passou, não importa, e a gente sempre tem que estar disposto a ajudar as pessoas, sermos solidários' Isso era marcante nele", lembrou Jaqueline.

O segundo filho, o engenheiro civil Edson Tanuri, não esconde a emoção quando revela o orgulho que sente quando as pessoas, nos quatro cantos de Juazeiro, falam tão bem de Zé Carlos Tanuri, que faria 80 anos neste outubro.

"Um super pai. Desde a infância, adolescência e agora na maior idade, sempre uma pessoa participativa, amiga, fiel, amigo dos nossos amigos, sabia construir relações. Meu pai era uma pessoa fantástica. Quem quisesse conhecer meu pai, precisasse dele. Aí era que ele se agigantava, porque trazia o problema das pessoas como se fosse o seu, trazia a necessidade das pessoas como se fosse a sua necessidade. Um amante de Juazeiro, desportista, gostava de um bom papo, de visitar os amigos, era uma pessoa ímpar", definiu o segundo filho, o engenheiro civil, Edson Tanuri, que guarda muitos ensinamentos do pai.

"Ele sempre dizia: 'Meu filho, preserve sempre suas amizades'. Era uma pessoa extremamente otimista e de muita fé. Quando nós estávamos em dificuldades pessoais ou nos embates políticos, ele dizia: 'Calma que vai dar certo'. É um motivo de orgulho ter o pai que eu tive, uma honra. Eu sempre digo aos meus filhos que, se eu conseguir ser o que meu pai foi para mim, me dou por satisfeito", confessou Edson.

O terceiro filho, o advogado e vereador Alex Tanuri, seguiu os passos do pai na política. No porte, no jeito, na personalidade, Zé Carlos se eterniza em Alex.

"A maioria dos filhos sempre diz que tem o melhor pai do mundo. Eu tenho o melhor dos melhores. Um exemplo de bom pai, que sempre quis o melhor para os filhos, que abdicou da sua própria vida e bem estar, de viagens e luxo para nos formar, dar educação, proporcionar lazer, satisfação, a todos nós seus filhos, sem exceção. Sempre se preocupou em nos garantir um diploma, foi colocando um a um na universidade. Era o orgulho da vida dele, o diploma dos filhos. Ele se orgulhava de todos e a mim demonstrava o quanto valorizava a minha escolha de continuar seu legado na política. Meu pai é meu exemplo na vida pública. Hoje eu carrego essa bandeira como meu avô e meu pai carregaram. Um homem apaixonado por Juazeiro, apaixonado por seus filhos, apaixonado por seus amigos. Um homem do bem, que gostava de viver livre. As vezes um tanto explosivo, uma característica que também herdei dele, mas em ambos esses arroubos logo passam. Ele me conhecia tão bem que dizia, 'Tenha calma com ele, é só explosão'! Meu pai era tudo para mim, era meu alicerce, meu conselheiro, meu guia", declarou, emocionado, o vereador.

A quarta filha, a também médica, Vanessa Tanuri, fala do "super pai" Zé Carlos, seu "jequitibá".

"Meu Pai era um homem que, quem olhasse a primeira vez, achava que ele era meio durão. Talvez pela estatura, mas bastavam alguns minutos de conversa para sentir que aquele homem grandão tinha um coração de criança. Um homem sem maldade, amoroso, de uma humildade tamanha, brincalhão, e totalmente família. Um Pai que fazia tudo pelos seus filhos, tudo mesmo. Abdicou de muitas coisas na vida pela sua família, para formar os filhos e sempre esteve juntinho de nós em todos os momentos das nossas vidas. Amava os netos. E diziam que um dos seus maiores sonhos era vê-los formados. Infelizmente isso não aconteceu, mas creio que hoje, mesmo não estando presente fisicamente entre nós, ele sabe que realizaremos este seu sonho, pois seguiremos nesse mesmo propósito. Um homem forte, corajoso e destemido. Meu sentimento é de gratidão pelo legado que ele nos deixou. Um super Pai! Meu Pai era único! Um amigo fiel. Nosso jequitibá, assim como ele sempre dizia! Ele viverá eternamente em nossos corações. Ele era meu amigo! Te amarei para sempre, pai!", revelou Vanessa.

Tão orgulhoso quanto os irmãos, o quinto filho de Tanuri, o engenheiro civil Rodrigo, declara seu amor imensurável e diz que até hoje chora a sua falta.

" Meu pai era um homem especial, um excelente pai, que formou todos os filhos e nos amava como ninguém. Tinhas as palavras certas, seja de incentivo ou de repreensão. Um conselheiro de todos nós. Nosso porto seguro, para onde corríamos todas as vezes que precisávamos de apoio, força, afeto, direção. O homem da minha vida, meu pai, meu amigo", confessou Rodrigo. 

Zé Carlos não se cansava de demostrar sua realização como pai, e a felicidade de ter formado uma família unida e próspera. Gostava de brincar dizendo que, profissionais da saúde não iam lhe faltar quando ele precisasse de cuidados. Outro filho médico, Junior Tanuri, devolve dizendo que nada seria sem o empenho do pai. 

"Um exemplo de vida, meu referencial, sempre me ensinando o caminho do bem, da honestidade, do compromisso de servir à Juazeiro, cidade pela qual ele era apaixonado. Lembro que, logo quando entrei na faculdade, ele me dizia que queria que eu voltasse para Juazeiro, para contribuir e trabalhar por esta terra. Carinhoso, sempre presente, companheiro, amigo. Ele sempre esteve ao meu lado, em todos os momentos. Ele me ensinou a ser generoso, a servir ao próximo. Eu sou o que sou pelo empenho dele. Ele sempre estará ao meu lado. Ele está nos meus gestos e atitudes, está nos meus dias, para sempre", declarou Junior Tanuri.  

A caçula, a enfermeira Jéssica Tanuri, sua "Kinha", lembra dos adjetivos aplicados ao pai, e destaca que a maior qualidade de Zé Carlos foi saber ser "PAI", o seu eternamente 'painho'.

“Eu sempre vejo as pessoas elogiarem meu pai como um bom amigo, político, marido, padrinho, pai. Mas, tendo ele como Pai, afirmo sem objeção: de todos esse adjetivos, nenhum ele desempenhava melhor do que ser Pai (escrevo em maiúsculo pra enfatizar o super que ele foi). Deus foi imensamente generoso comigo e com meus irmãos quando presenteou nossa vida com uma alma tão linda. Meu primeiro dia de aula, as festinhas e eventos da escola, minhas formaturas (ABC, ensino médio e faculdade), minhas evoluções na igreja, cada degrau da minha vida, cada conquista e queda, cada lágrima que eu derramei, fossem elas de alegria ou tristeza, a presença dele era assídua, forte e necessária. Que ninguém ousasse questiona-lo sobre os erros dos seus filhos. Ele sabia um a um, mas virava 'bicho' caso alguém de fora nos julgasse, ou nos machucasse. Sempre soube ser colo e também, puxão de orelha quando preciso, gostasse a gente ou não. Hoje, tenho certeza que 'painho' era o destino mas também, o caminho na vida de cada um de nós. Ele, assim como minha mãe, são minhas maiores referências de amor e de vida. E, por vezes, a saudade chega a ser tanta, que mentalizo que ele viajou, numa viagem tão linda. Meu amor por ele é imensurável, assim como o dele por nós, seus filhos. Eu serei para sempre a 'Kinha' dele, e ele será pra sempre, painho. Ele não precisou ser eterno pra ser inesquecível. Ele assim o é, por ter feito história na vida de todos os que por ele passaram!”, concluiu Jéssica.

Esse era o pai José Carlos Tanuri. O filho de Américo Tanuri. O PAI de Jaqueline, Édson, Alex, Vanessa, Rodrigo, Júnior e Jessica. Pai dos netos. Pai dos amigos, e do seu povo. Pai de tantos outros filhos que a vida pública lhe deu para cuidar e proporcionar dias melhores. Pai de muitas conquistas e sonhos da sua terra natal.     

Um pai devotado de devotados filhos, que dignificam essa história com união e o mesmo amor por Juazeiro.

Inesquecível, Zé Carlos Tanuri!

© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.