Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica é um dos mais importantes do Brasil e desbrava mistérios do céu

09 de Oct / 2021 às 15h00 | Variadas

Instalado no município de Itacuruba (Pernambuco), o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI) além da operação pioneira do telescópio robótico, permite a colaboração com outras instituições e projetos, integrando objetos de pesquisa, gerando publicações científicas e formando recursos humanos. É lá em Itacuruba que parte do mundo astronomico busca revelar os segredos do céu e atrai adminiradores da astronomia

Nos últimos anos a reportagem da REDEGN tem alertado para os riscos do Projeto de Instalação de uma Usina Nuclear com usos da água do Rio São Francisco. De acordo com estudos do Governo Federal o local é Itacuruba, Pernambuco.

Neste texto vamos mostrar uma curiosidade que poderia ser uma opção de geração de emprego e renda em Itacuruba e que não afeta o meio ambiente. Vários estudos revelam o quanto existe opções para não ser instalada uma Usina Nuclear no sertão.

Itacuruba possui um dos "céus mais limpos da América Latina e por isto possui o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI) que foi instalado com o objetivo de promover pesquisas relacionadas à caracterização física de pequenos corpos do Sistema Solar (por exemplo, asteroides e cometas). 

Poucas pessoas, infelizmente tem conhecimento, mas Itacuruba ganhou uma homenagem e é nome de um asteroide. A denominação foi aprovada durante o congresso científico “Asteroids, Comets, Meteors - ACM”, em Montevidéu (Uruguai). O nome, o primeiro de uma cidade sertaneja dado um corpo celeste é agora o do até então denominado asteroide 10468, descoberto em 1981.

O telescópio do OASI é o segundo maior em solo brasileiro e, no observatório, é desenvolvido o projeto Impacton, do Observatório Nacional, dedicado ao estudo de propriedades físicas de asteroides e cometas, particularmente daqueles que possuem órbitas próximas e são potencialmente perigosos para a Terra.

Confira texto do professor Filipe Vieira de Melo Monteiro- Mestre em Astronomia (Observatório Nacional, 2016) e Graduado em Física (UFRPE, 2014:

O Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica OASI está localizado no sertão do estado de Pernambuco, no município de Itacuruba (ou Nova Itacuruba), com coordenadas geográficas = -08° 47' 32,1", = -38° 41' 18,7", a 390 metros de altitude. Esta pequena cidade foi escolhida para receber a instalação do observatório porque, assim como toda a região do semiárido nordestino, possui um grande número de noites abertas e secas, baixa turbulência atmosférica, baixa poluição luminosa, temperatura noturna não muito elevada, e baixas latitudes.

O observatório possui um telescópio com um espelho primário de 1,0 metro de diâmetro, equipado com uma câmera CCD e um conjunto de filtros de banda larga ideal para observação de pequenos corpos. A cúpula possui 7 metros de diâmetro e 5,5 metros de altura, e foi construída com material de baixa condutividade térmica, boa resistência as condições climáticas da região, excelente impermeabilização e completa automação no acompanhamento e na abertura.

A operação do telescópio foi iniciada em março de 2011 (primeira luz), com observações sendo realizadas in situ (no local). A partir de 2014, as observações também passaram a ser realizadas de forma remota, a partir da sala de operações remotas do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. As observações são realizadas durante 15 noites por mês em torno da lua nova (céu mais escuro); o que permite a aquisição de imagens de asteroides próximos da Terra pouco brilhantes e, portanto, mais difíceis de serem observados. Em fevereiro de 2013, o OASI recebeu do Minor Planet Center da União Astronômica Internacional o código Y28, Nova Itacuruba (De Pra et al., 2013).

As observações astronômicas realizadas no OASI visam estudar as propriedades físicas de asteroides, principalmente daqueles próximos da Terra (conhecidos como NEA), como: período de rotação, direção do eixo de direção, forma do asteroide e composição superficial. Essas propriedades físicas são extremamente importantes, por exemplo, para a preparação de estratégias que evitem a colisão de objetos potencialmente perigosos com o nosso planeta.

No dia 13 de abril de 2017, durante o congresso científico "Asteroids, Comets, Meteors - ACM", realizado na cidade de Montevidéu (Uruguai), foi anunciado que o asteroide do cinturão principal 10468, descoberto em 1981, iria ser chamado de "Itacuruba" em homenagem a cidade que abriga um dos observatórios mais importantes da América do Sul para caracterização de asteroides.

O nome foi sugerido pela equipe do OASI, como uma homenagem à pequena cidade do Sertão pernambucano onde o observatório está instalado. No OASI é desenvolvido o projeto IMPACTON (Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteroides nas Cercanias da terra pelo Observatório Nacional), dedicado ao estudo das propriedades físicas de asteroides, particularmente daqueles que possuem órbitas próximas e são potencialmente perigosos para a Terra. O OASI tem o segundo maior telescópio operado em solo brasileiro.

ASTERÓIDE: O asteroide "10468 Itacuruba" está localizado no cinturão principal de asteroides, região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter. Tem um período orbital de 3,58 anos em torno do Sol e um tamanho estimado entre 2 e 5 km de diâmetro. Foi descoberto em 1 de março de 1981 pelo astrônomo S. J. Bus no observatório de Siding Spring, na Austrália e, até então, tinha a denominação provisória de "1981 EH9".

Profissionais da área de exatas (Física, Astronomia, Engenharia e etc.) podem se candidatar para fazer mestrado ou doutorado na área de Astronomia no Observatório Nacional. Se desejar, o candidato pode procurar um pesquisador integrante do projeto IMPACTON para trabalhar fazendo observações astronômicas utilizando o OASI, e assim realizar algum tipo de pesquisa relacionada à caracterização de asteroides.

Filipe Vieira de Melo Monteiro
Mestre em Astronomia (Observatório Nacional, 2016)
Graduado em Física (UFRPE, 2014)

Redação redeGN Foto Ilustrativa

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