Guedes diz que 'barulho político' pode desacelerar crescimento econômico

10 de Sep / 2021 às 18h00 | Política

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (10) que o "barulho político" dos últimos dias poderá afetar o ritmo de crescimento da economia brasileira, gerando uma desaceleração.

Segundo analistas ouvidos pelo G1, discurso de caráter golpista do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações de 7 de Setembro elevou o grau de incerteza na economia a um novo patamar, prejudicando assim a retomada da economia. As ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a integrantes da Corte, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, repercutiram no mundo político e econômico.

"A pergunta é se poderia todo esse barulho sobre instituições e democracia atrapalhar essa bem posicionada economia. Minha resposta é: isso poderia gerar muito barulho, isso poderia desacelerar o crescimento, mas não mudaremos a direção [na economia]. Interrompemos a rota errada. Estamos de volta aos negócios", declarou, em evento transmitido pela internet.

Na última quarta-feira (8), o Ibovespa teve queda de 3,78%, a 113.413 pontos, e o dólar subiu. Na quinta-feira (9), porém, a bolsa de valores deu um salto após o presidente Jair Bolsonaro divulgar uma "Declaração à Nação" em que recua das ameaças golpistas.

De acordo com o ministro Paulo Guedes, o barulho está "muito alto" neste momento devido às manifestações de 7 de Setembro. Ele acrescentou, porém, que houve apenas uma "celebração pacífica da democracia", pois não foram registrados atos de violência.

Declarações de Bolsonaro

Na avaliação de Guedes, o presidente Jair Bolsonaro nunca transgrediu as regras democráticas com suas declarações, embora ele tenha dito que não cumpriria mais decisões do ministro Alexandre Moraes, do STF.

"Está tentando muito ficar nas quatro linhas, como jogo de futebol, não saindo das regras do jogo. E a coisa bonita do Brasil é que, sempre que algum ator, seja um ministro do Supremo, presidente, quando trespassa, outras instituições aparecem e colocam dentro das quatro linhas", declarou.

De acordo com o ministro, pessoas cometem erros e, em algumas ocasiões, acabam ultrapassando seu espaço.

"Quando isso acontece, outras instituições demarcam território, dos dois lados", acrescentou.

Ele disse que os cidadãos têm direito de manifestar sua opinião com relação ao Supremo Tribunal Federal, mas nunca com violência pois isso atenta contra a democracia.

"Uma coisa é manifestar sua opinião sobre como as instituições estão trabalhando, mas não instigar a violência", afirmou.

G1 / foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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