Conselhos de Biologia debatem Complexo Eólico de Canudos e a conservação da arara-azul-de-lear

22 de Aug / 2021 às 17h00 | Variadas

A  arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma espécie exclusivamente encontrada na Caatinga. Os dois principais dormitórios das araras-azuis-de-lear ficam localizados nos municípios de Jeremoabo e Canudos.

E é justamente nesse último que está prevista a instalação de um parque eólico que ameaça a conservação da espécie. Esse assunto será discutido pelo Conselho Regional de Biologia da 5ª Região (CRBio-05) e Conselho Regional de Biologia da 8ª Região (CRBio-08), que promoverão uma live no dia 26 (quinta-feira), às 19h30, com transmissão ao vivo no canal do YouTube dos dois conselhos.

O debate terá como tema “O Complexo Eólico de Canudos e a conservação da arara-azul-de-lear: como conciliar?”, com moderação do CRBio-05 e CRBio-08 em parceria. Foram convidados para o encontro virtual representantes da Fundação Biodiversitas, do ICMBio/CEMAVE, do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA, órgão que autorizou o empreendimento, representante do Ministério Público Estadual da Bahia, e da Voltalia Energia do Brasil LTDA.

“Vamos colocar em discussão as implicações decorrentes da implantação do Complexo Eólico de Canudos em área de ocorrência da arara-azul-de-lear. Os números comprovam visivelmente o processo de recuperação dessa espécie de ave brasileira ameaçada de extinção, sendo um exemplo para o país”, destaca a Vice-Presidente do CRBio-05, Bióloga Gardene Maria de Sousa.

“Isso tem acontecido graças às parcerias estabelecidas com a comunidade local, diversas instituições nacionais e internacionais, como a Fundação Biodiversitas, que tem uma reserva estabelecida em Canudos para proteger um dos principais locais de reprodução da espécie, órgãos ambientais, poderes públicos e proprietários de terra”, acrescenta o presidente do CRBio-08, Biólogo César Carqueija.

A espécie arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é classificada pelo Ministério do Meio Ambiente como ameaçada de extinção, na categoria “Em perigo”. Além do perigo do tráfico internacional de fauna silvestre, agora encontra-se sob nova ameaça – a instalação de um parque eólico no município de Canudos, o que poderá comprometer todos os esforços e resultados obtidos até o momento.

“O uso de alternativas energéticas sustentáveis é fundamental para a conservação do ambiente, mas desde que siga planejamentos voltados a minimizar os impactos de sua implantação. Ao custo da extinção de uma espécie, não”, acrescenta o presidente do CRBio-08, César Roberto.

As estimativas populacionais realizadas entre 1985 e 1999 indicaram números muito baixos, de 60 na primeira contagem, a 170 na última. A partir de 2001, o CEMAVE – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres, vinculado ao ICMBio, iniciou com um amplo leque de parcerias um programa de manejo da espécie, incluindo estimativas populacionais periódicas, que apontam hoje para uma população de cerca de 1.500 indivíduos na natureza.

SERVIÇO: "O Complexo Eólico de Canudos e a conservação da arara-azul-de-lear: como conciliar?”

Data: 26/08 (quinta-feira)

Horário: 19h30

Transmissão: canal do YouTube do CRBio-05 (https://bit.ly/2XCz018) e CRBio-08 (https://bit.ly/2W80ECL)

Moderação: CRBio-05 e CRBio-08

Participantes

Foram convidados representantes das instituições
- Fundação Biodiversitas;
- ICMBio/CEMAVE;
- Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA));
- Ministério Público Estadual da Bahia;
- Voltalia Energia do Brasil LTDA

Redação redeGN Foto Ilustrativa

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